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À medida que a poeira do Saara voa sobre o Oceano Atlântico, ela se torna progressivamente mais nutritiva para os micróbios marinhos, sugere um novo estudo publicado na Frontiers in Marine Science. As reações químicas na atmosfera fazem com que os minerais de ferro presentes na poeira se tornem mais solúveis em água, levando à geração de florações de fitoplâncton que sustentam os ecossistemas marinhos.
“O ferro é incrivelmente importante para a vida”, relata Timothy Lyons, biogeoquímico da Universidade da Califórnia, à Science News. O fitoplâncton precisa dele para converter dióxido de carbono em açúcares durante a fotossíntese.
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Ao gerar florações de fitoplâncton, o ferro derivado da poeira também pode nutrir pequenos peixes e outros animais que pastam no plâncton, bem como os predadores que comem os herbívoros. Um estudo recente sugeriu que uma espécie de atum do Atlântico é atraída para áreas onde a poeira do Saara se assentou.
Mais de 240 milhões de toneladas de poeira do Saara sopram sobre o Oceano Atlântico a cada ano. Nas Bermudas, Bahamas e outras ilhas, ela deixa os solos vermelhos, mas grande parte dela se deposita no oceano, fornecendo uma importante fonte de ferro para áreas que estão muito longe da terra para recebê-lo dos rios.
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A poeira do Saara não é a única fonte possível de ferro no oceano. Para identificar a impressão digital da poeira, os pesquisadores mediram as proporções de ferro para alumínio e a proporção de átomos de ferro leves para átomos de ferro pesados em suas amostras e viram que as medições foram consistentes com o tipo de poeira que vem do Saara. Pode ser possível, no futuro, analisar sedimentos de mais locais no Atlântico, fornecendo uma imagem mais clara de como a poeira foi soprada pelo oceano e mudou quimicamente.
Fonte: Um Só Planeta