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O trabalhador rural que na noite desta quinta-feira (7) matou um colega de trabalho durante uma discussão por política em uma chácara em Mato Grosso disse, em depoimento, ter dado ao menos 15 facadas na vítima.
Segundo a polícia, Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, que é apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), também usou um machado para tentar decapitar Benedito Cardoso dos Santos, que tinha 42 anos e era apoiador de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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O crime ocorreu em Confresa, cidade a cerca de 1 mil km de Cuiabá. Rafael foi preso em flagrante por homicídio qualificado, por motivo fútil e motivo cruel e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
A previsão era a de que o assassino fosse transferido, na tarde desta sexta-feira (9), para um presídio de Porto Alegre do Norte. Ainda de acordo com a polícia, Rafael tem passagens na polícia por estelionato e tentativa de estupro.
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A vítima e o autor trabalhavam juntos como cortadores de lenha de uma cerâmica em uma propriedade na zona rural do município.
“Eles haviam acabado de jantar e fumavam um cigarro juntos, quando começaram a discussão [por motivação política]. Os dois estavam sozinhos no barraco onde moravam”, disse o delegado responsável pelo caso, Victor Oliveira, em entrevista.
“O que levou ao crime foi a opinião política divergente. A vítima estava defendendo o Lula, e o autor defendendo o Bolsonaro”, diz o delegado Victor Oliveira.
Após o crime, o autor procurou atendimento médico em uma unidade de saúde do município com cortes na testa e na mão. Ele alegou que tinha sido vítima de uma tentativa de roubo.
O caso foi encaminhado à Defensoria Pública, que deve designar um advogado para acompanhar o processo. Até a última atualização desta matéria, a reportagem não havia conseguido contato com o órgão.
O delegado afirmou que Rafael e Benedito não tinham consumido bebida alcóolica.
O juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra Mendes, da 3ª Vara de Porto Alegre do Norte, que determinou a prisão de Rafael, afirmou na decisão que a “intolerância não deve e não será admitida”.
Como foi o crime
Rafael foi levado à delegacia, onde confessou o crime. Ele relatou que, durante a discussão, levou um soco e foi ameaçado com uma faca. Rafael, então, partiu para cima de Benedito e tomou a arma.
Ainda conforme a versão apresentada ao delegado, Benedito correu e foi perseguido por Rafael, que começou a golpear a vítima pelas costas. Benedito teria ficado caído no chão, momento em que o assassino aproveitou para acertá-lo no olho, no pescoço e na testa. Depois disso, Rafael foi até um barracão, pegou um machado e acertou o pescoço de Benedito, que ainda estava vivo.
Ainda de acordo com o delegado, a vítima, que não tinha passagens pela polícia, trabalhava no local havia mais tempo o assassino, que morava em Confresa.
Fonte: G1