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O dólar fechou em alta de quase 2% nesta sexta-feira (16), acima de R$ 3,87, pressionado pelo quadro local de incertezas políticas e econômicas.
A moeda norte-americana avançou 1,92%, vendida a R$ 3,8735. Na semana, o dólar subiu 3,05%, após despencar 4,74% na semana anterior.
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No mês, há queda acumulada de 2,32% e no ano, valorização de 45,69%.
“Os problemas políticos são motivos suficientes para reverter aquela tranquilidade que vimos nos últimos dias”, disse à Reuters o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
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Veja a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, subia 1,48%, a R$ 3,8568.
Às 9h40, subia 0,98%, a R$ 3,8378.
Às 10h19, subia 0,78%, a R$ 3,8305.
Às 10h59, subia 0,71%, a R$ 3,8277.
Às 11h19, subia 1,38%, a R$ 3,8530.
Às 12h33, subia 0,97%, a R$ 3,8374.
Às 12h59, subia 1,39%, a R$ 3,8535.
Às 13h48, subia 0,95%, a R$ 3,8535.
Às 14h25, subia 0,86%, a R$ 3,8333.
Às 14h50, subia 0,71%, a R$ 3,8275.
Às 15h30, subia 0,99%, a R$ 3,8380.
Às 16h, subia 0,81%, a R$ 3,8313.
Às 16h30, subia 1,04%, a R$ 3,8401.
Incertezas politicas e econômicas
Entre as incertezas citadas pelos operadores está que a previsão de receita com a recriação da CPMF, vista como vital pelo governo para equilibrar as contas públicas no próximo ano, não será considerada pelo relator da proposta Orçamentária para 2016, deputado Federal Ricardo Barros (PP-PR).
Pesavam também nos mercados informações não oficiais de que o governo deve desistir da meta de superávit primário equivalente a 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) no orçamento deste ano e reconhecer que as contas serão deficitárias.
Rumores sobre Levy
Minutos antes de o mercado à vista fechar, a coluna Radar da revista Veja trouxe em seu site a informação de que Levy teria preparado uma carta de demissão e que deveria apresentá-la à presidente nesta sexta-feira diante da insistência de Lula em fritá-lo e a falta de empenho do governo em aprovar a CPMF.
Após o fechamento do mercado à vista, o contrato do dólar para novembro chegou a ampliar o avanço para mais de 3%, informa a Reuters. A alta perdeu força, no entanto, após a Agência Estado informar, citando a assessoria de imprensa do ministério, de que Levy não teria redigido a carta de demissão.
“A situação parece cada vez mais frágil e isso deixa o mercado desorientado”, disse à Reuters o operador de um banco nacional, sob condição de anonimato.
Cenário externo
Na cena externa, investidores ainda discutiam quando os juros norte-americanos vão subir, se neste ano ou no próximo.
Dados sobre a inflação e o mercado de trabalho nos Estados Unidos divulgados na véspera haviam trazido a aposta de alta em 2015, mas a queda da produção industrial nos EUA em setembro divulgada nesta manhã novamente trouxe dúvidas ao mercado.
Rebaixamento do Brasil
A Fitch rebaixou na véspera a nota do Brasil, mas manteve o grau de investimento do país. Apesar de a agência ter alertado que Brasil o país pode perder este “selo de bom pagador” no curto prazo, ao colocar o país com perspectiva negativa, os operadores avaliavam que o rebaixamento não deve servir de gatilho para mais uma rodada de pânico como a que assombrou os mercados no mês passado (quando o Brasil foi rebaixado pela Standard and Poors e perdeu o grau de investimento).
“O mercado só vai reagir com bastante força quando houver de fato uma retirada do grau de investimento”, disse à Reuters o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado. “Por enquanto, (a decisão da Fitch) deixa o mercado com o radar ligado, mais sensível a altas”.
Se perder seu grau de investimento pela Fitch ou pela Moody’s, o Brasil passará a ser classificado como “grau especulativo” por duas das três principais agências, já que a Standard & Poor’s retirou o selo de bom pagador do Brasil no mês passado.
Isso serviria de gatilho para fuga de capitais do país, já que muitos fundos têm regulações internas que os impedem de investir em países com essa característica.
Interferência do BC
O Banco Central deu continuidade nesta manhã ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, vendendo a oferta total de até 10.275 contratos, equivalentes a venda futura de dólares. Até agora, o BC já rolou US$ 5,118 bilhões, ou cerca de metade do lote total, que corresponde a US$ 10,278 bilhões.
Fonte: G1