23 de junho, 2025

Últimas:

Dólar tem a maior queda diária desde 2008, com intervenção do BC e movimento de correção

Anúncios

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (19), em movimento de correção após a forte valorização no dia anterior em meio ao cenário político conturbado, registrando sua maior alta em 18 anos. O dia também foi marcado pela intervenção do Banco Central no mercado de câmbio, que ajudou a puxar a moeda para baixo.

A moeda norte-americana caiu 3,98% a R$ 3,2571 na venda. Foi a maior queda diária desde novembro de 2008, segundo a Reuters. Na semana, o dólar subiu 4,26% em relação ao real.

Anúncios

Movimento de correção

Analistas ouvidos pelo G1 disseram que o mercado viveu nesta sexta um movimento de correção após o “pânico” no dia anterior, quando o dólar subiu 8,15%, a R$ 3,389 na venda.

Anúncios

Thaís Marzola Zara, economista chefe da Rosemberg Associados, explica que a leve recuperação dos mercados desta quinta foi um movimento de correção após o tombo no dia anterior. “Está todo mundo esperando para ver realmente quais vão ser as consequências, como vai se desenrolar a crise política. Enquanto tem essa pausa, está tendo alguma correção”.

Lucas Marins, analista da Ativa Investimentos, explica que recuperação desta sexta foi um movimento mais “racional” após a incerteza generalizada. “Ontem foi dia de pânico, ninguém sabia o que ia acontecer com o Brasil. O investidor mais avesso ao risco, a primeira coisa que pensa em fazer é ligar para a corretora dele e mandar vender as ações. Hoje, os investidores já assimilam os fatos, traçam os cenários possíveis e tomam decisões mais racionais.” 

Os especialistas apontam ainda que a tendência para os próximos dias é de a volatilidade persista. Zara diz que ainda não é possível descartar a possibilidade de mais volatilidade nos próximos dias, “até porque a gente está começando a ver agora as divulgações das delações”. “O mercado está em ritmo de expectativa, aguardando para saber se as reformas econômicas foram de fato abortadas”.

Marins afirma que, no curto prazo, o mercado pode esperar “muita volatilidade até ter uma definição clara do que vai acontecer”. “Os últimos dias foram fundamentados na expectativa de que o Temer conseguiria aprovar as reformas. Agora, essas expectativas todas ruíram. No radar de curto prazo não há a menor ideia de que os deputados vão votar a reforma da Previdência e, no Senado, a reforma trabalhista também está travada”.

A Bovespa também teve dia de correção nesta sexta, e fechou em alta de 1,69%, aos 62.639 pontos, após ter perdido 8,8% na quinta-feira, na maior queda desde outubro de 2008.

Atuação do BC

A queda do dólar nesta sexta foi puxada ainda pela intervenção do Banco Central. “O BC tem intervindo para conter essa valorização que o dólar teve ontem. O BC está provendo dólares para o mercado, e isso acalmou um pouquinho a percepção ruim no mercado de câmbio. Foi um fator positivo”, disse Rogerio Storelli, gestor da GGR Investimentos.

O BC manteve a oferta de até 8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de moedas, para rolagem do vencimento de junho. Mas também anunciou que fará leilões diários de swaps cambiais até o próximo dia 23, ofertando até 40 mil novos contratos em cada atuação que decidir. 

Além do BC, o Tesouro Nacional também anunciou intervenção em razão da volatilidade no mercado, com leilões nesta sessão, também até o dia 23, de compra e venda de títulos.

Disparada no dia anterior

Na quinta-feira, o dólar subiu com força, com o mercado repercutindo notícia publicada no jornal O Globo de que o dono da empresa JBS gravou o presidente da república, Michel Temer, dando aval para comprar silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou abertura de investigação contra Temer.

Na conversa gravada, Joesley confessou ter pagado propina a um procurador da República para ter acesso antecipado a investigações que o envolvia, reclamou de nomeações para cargos importantes no governo, defendeu queda mais acentuada da Selic e disse que “zerou” as pendências com o ex-deputado Eduardo Cunha. Mesmo diante do escândalo, Temer se recusou a renunciar.

Fonte: G1

Talvez te interesse

Últimas

A Ordem dos Advogados do Brasil assegura garantias como presunção de inocência, ampla defesa e contraditório a advogados que respondem...

Categorias