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O dólar fechou em alta de 0,72% nesta quinta-feira (10), aos R$ 5,5426. O avanço da moeda veio após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros, a partir de 1º de agosto. Na máxima, a moeda americana chegou a R$ 5,6213.
Analistas também aguardam o novo posicionamento do governo, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometer acionar a Lei de Reciprocidade Econômica contra os EUA. A expectativa é que a medida, caso se concretize, possa afetar as negociações entre os dois países e trazer outros impactos para as empresas brasileiras.
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Acompanhando a reação ruim dos mercados, o Ibovespa caiu 0,54%, aos 136.743 pontos. As ações da Embraer, uma das empresas mais prejudicadas pelas tarifas de Trump, caíram mais de 3%.
Ao justificar a taxação, Trump citou Jair Bolsonaro e criticou o julgamento dele no STF, chamando o caso de “vergonha internacional”.
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Especialistas no Brasil e no mundo destacaram o teor político da carta. “Não seria a primeira vez que os EUA usam a política tarifária para fins políticos”, disse o economista Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel.
Com o anúncio, o Brasil se tornou o país com a taxa mais alta entre as novas tarifas divulgadas pelo presidente americano. Desde segunda-feira, Trump tem enviado cartas a diversos líderes globais estabelecendo taxas mínimas para a negociação comercial. Até agora, 22 nações já foram comunicadas.
A situação preocupa o mercado financeiro devido à avaliação de que as tarifas podem elevar os preços ao consumidor e os custos de produção, o que tende a aumentar a inflação e forçar o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) a manter os juros do país altos por mais tempo.
Na agenda econômica brasileira, o destaque do dia ficou com a divulgação do IPCA de junho, que confirmou um novo estouro da meta de inflação do país. Houve uma alta de 0,24% em junho, acumulando 5,35% em 12 meses, bem acima do limite de 4,50%.
Assim, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, precisa divulgar uma nova carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos do estouro.
Veja abaixo como esses fatores impactam o mercado.
Dólar
- Acumulado da semana: +2,18%;
- Acumulado do mês: +2,01%;
- Acumulado do ano: -10,31%.
Ibovespa
- Acumulado da semana: -3,20%;
- Acumulado do mês: -1,52%;
- Acumulado do ano: +13,68%.
Fonte: Valor