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O dólar fechou em queda em relação ao real nesta sexta-feira (23), em sintonia com a trajetória da moeda sobre outras divisas de países emergentes e mesmo após o rating do Brasil ter sido rebaixado por mais uma agência de classificação de risco.
A moeda norte-americana recuou 0,21%, vendida a R$ 3,2402, acumulando alta de 0,6% na semana.
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O dólar chegou a subir a R$ 2,5, momento depois que a Fitch rebaixou a nota brasileira, mas logo voltou à trajetória anterior.
A agência internacional de risco Fitch rebaixou nesta sexta a nota de crédito soberano do Brasil de “BB” para “BB-“. Com isso, o país foi colocado agora 3 degraus abaixo do grau de investimento, mesma classificação dada pela Standard&Poor’s (S&P), que em janeiro também anunciou o rebaixamento do rating do país.
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Rebaixamento já era esperado
“A Fitch bateu e assoprou. Piorou o rating, mas melhorou a perspectiva”, disse à Reuters um operador de uma corretora local ao citar que a perspectiva do rating brasileiro mudou de negativa para estável pelo olhar da Fitch.
No geral, o rebaixamento já era esperado após a suspensão da votação da reforma da Previdência pelo governo e também depois que a Standard & Poor’s cortou a nota brasileira em janeiro.
Segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o rebaixamento já estava precificado e no curto prazo deve ter pouco impacto na atividade econômica, uma vez que o cenário externo permanece favorável, com alta liquidez e investidores estrangeiros mantendo apetite por ativos de maior risco como os de países emergentes.
“O rebaixamento já estava dado. O mercado já precificou que não tem reforma da Previdência. Se for aprovada, será um bônus”, disse.
Para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o mercado “deu de ombros” para o rebaixamento, uma vez que “os ativos financeiros brasileiros oscilam antes por conta de motivos externos do que por motivos domésticos”.
Ele alerta, entretanto, que o corte da nota do Brasil representa um sinal de extrema preocupação com a situação fiscal e política do país. “O Brasil hoje faz parte do seleto grupo de países como Bolívia, Seicheles, Geórgia, República Dominicana, Bangladesh e Vietnam. Mais que isso: “BB”- era o rating da Argentina antes do seu colapso em 2001. É um recado forte que a Fitch nos dá, portanto”.
O Banco Central vendeu integralmente a oferta de até 9.500 contratos de swap cambial tradicional – equivalentes à venda futura de dólares – para rolagem do vencimento de março. Desta forma, já rolou US$ 5,225 bilhões do total deUS$ 6,154 bilhõesque vencem no mês que vem. Mantido esse volume diário até o final do mês e vendendo os lotes todos, rolará integralmente os swaps que vencem agora.
Fonte: G1