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O último pregão de 2025 aconteceu em um ritmo mais lento, típico do fim de ano. O dólar fechou em queda de 1,47% nesta terça-feira (30), cotado a R$ 5,4887. O movimento consolida a expectativa de uma queda superior a 10% da moeda americana em 2025.
Este foi o pior desempenho anual em quase uma década. A trajetória reflete apostas em novos cortes de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA, além de preocupações com o déficit das contas públicas e com a condução da economia pelo presidente Donald Trump.
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O Ibovespa, por sua vez, fechou o último pregão do ano em alta de 0,40%, aos 161.125 pontos. A bolsa encerrou 2025 com valorização superior a 30%, no maior ganho anual desde 2016 — mesmo com os juros no nível mais alto dos últimos 20 anos.
No caso da bolsa, o desempenho reflete a expectativa de cortes de juros nos EUA e no Brasil, a realocação de investimentos em favor de ativos brasileiros, a maior resiliência do país nas tensões comerciais com os EUA e a avaliação de que as ações brasileiras ainda são negociadas abaixo dos níveis pré-pandemia.
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Nesta terça-feira, em específico, os investidores acompanham com atenção a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve e de indicadores do mercado de trabalho no Brasil.
A ata do Fed indicou que os dirigentes do BC dos EUA só concordaram em cortar a taxa básica na última reunião após um debate com muitas nuances sobre os riscos enfrentados pela economia norte-americana. Segundo o documento, a “maioria dos participantes” acabou apoiando a redução dos juros por acreditar que a medida ajudaria a “estabilizar o mercado de trabalho”, mas muitos ainda “expressaram preocupação” com a demora de a inflação rumar em direção à meta de 2% do comitê.
As projeções mostram que o mercado financeiro espera apenas mais um corte em 2026, enquanto o novo comunicado indica que o Fed provavelmente deve esperar a divulgação de novos dados que mostrem que a inflação voltou a cair ou que o desemprego está aumentando mais do que o previsto.
No cenário político e comercial, o mercado ainda repercute o acordo entre EUA e Israel envolvendo produtos agrícolas e outros setores. Também chamam atenção as críticas de Trump ao presidente do Fed, Jerome Powell, que classificou como “extremamente incompetente”.
No Brasil, o foco está nos dados do mercado de trabalho. O IBGE mostrou que a taxa de desemprego caiu para 5,2% em novembro, o menor nível da série histórica iniciada em 2012. Também houve recorde no número de pessoas ocupadas e de trabalhadores com carteira assinada.
O Ministério do Trabalho divulgou o Caged de novembro, com criação de 85,9 mil empregos formais em novembro. O resultado representa um recuo de 19,1% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram criados cerca de 106,1 mil vagas.
Entre os indicadores econômicos, os investidores seguem atentos às contas públicas, após o governo central registrar déficit de R$ 20,2 bilhões em novembro, acima das expectativas do mercado.
Dólar
- Acumulado da semana: -0,99%;
- Acumulado do mês: +2,88%;
- Acumulado do ano: -11,18%.
Ibovespa
- Acumulado da semana: +0,14%;
- Acumulado do mês: +1,29%;
- Acumulado do ano: +33,95%.
Fonte: Valor