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Depois de encostar em R$ 3,35, o dólar fechou em leve alta nesta quarta-feira (28), com o exterior ofuscando uma tentativa de correção em meio às expectativas sobre eventual guerra comercial global e anúncio de novo leilão de dólares do Banco Central.
O dólar subiu 0,06%, a R$ 3,3308 na venda, maior cotação desde 22 de dezembro do ano passado (R$ 3,3345).
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Já o dólar turismo foi negociada ao redor de R$ 3,47.
“O dólar tem trabalhado mais pressionado e está procurando seu novo patamar. Por ora, mercado entendeu que os R$ 3,35 eram suficientes”, comentou à Reuters um gestor de derivativos de uma corretora local.
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Intervenção do BC
Na véspera, o Banco Central anunciou uma nova intervenção no mercado, com a realização nesta quinta-feira (29) de leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, conhecido como leilão de linha, no total de até US$ 2 bilhões para rolar parte dos US$ 3,5 bilhões que vencem em 3 de abril.
“A volatilidade segue alimentando a busca por segurança no mercado… O leilão de linha do BC ajudou pontualmente na abertura do mercado, mas seguimos reféns do exterior, com Estados Unidos comandando o show”, afirmou à Reuters o operador da H.Commcor Corretora, Cleber Alessie Machado.
“Enquanto alguns podem achar na rolagem parcial um motivo para alta do dólar, lembremos que o BC não rolou nada do US$ 1,5 bilhão que venceu no início deste mês”, acrescentou Machado.
O Banco Central brasileiro vendeu nesta sessão toda a oferta de até 12,6 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, e concluiu a rolagem do vencimento de abril, de US$ 9,029 bilhões.
Em maio, vencem apenas US$ 2,565 bilhões em contratos de swap cambial, segundo dados do site da autoridade monetária. O estoque total do BC soma US$ 23,797 bilhões em swap.
Cenário externo
No exterior, o jornal estatal chinês Global Times noticiou que a China anunciará em breve uma lista de tarifas retaliatórias sobre exportações dos Estados Unidos para o país.
Além disso, notícias de que o presidente norte-americano, Donald Trump, e a chanceler alemã, Angela Merkel, discutiram “unir forças para combater” as práticas econômicas da China e o suposto roubo de propriedade intelectual aumentaram os temores de que as tensões comerciais possam ganhar corpo.
Uma economia mais robusta nos Estados Unidos pode levar o mercado a começar a prever alta adicional de juros além das outras duas previstas para este ano pelo Federal Reserve, banco central do país. Com isso, recursos aplicados em outras praças, como a brasileira, podem se dirigir ao mercado norte-americano.
Esse movimento pode encontrar respaldo no diferencial de juros, em meio à redução da Selic brasileira, atualmente na mínima histórica de 6,50% ao ano e com apostas de que continuará recuando.
O Brasil continuou a registrar saída líquida de dólares na semana passada. Segundo dados do Banco Central, a diferença entre o câmbio contratado para operações comerciais e financeiras foi deficitária em US$ 447 milhões na semana passada – um pouco menos que o saldo negativo de US$ 454 milhões da semana anterior (entre os dias 12 e 16 de março).
Fonte: Yahoo!