14 de novembro, 2024

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Do Brasil à Índia: pesquisa identifica 33 “pontos cegos” ao redor do mundo que podem abrigar milhares de plantas desconhecidas

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Uma pesquisa liderada pelo Jardim Botânico Real de Kew, da Inglaterra, e publicada no periódico New Phytologist, identificou 33 “dark spots”, ou “pontos cegos”, ao redor do mundo, onde milhares de plantas provavelmente estão esperando para serem descobertas.

“Estamos protegendo 30% do planeta até esta década, segundo as metas atuais da Organização das Nações Unidas (ONU) – mas não sabemos quais áreas proteger a menos que tenhamos as informações corretas”, disse o professor Alexandre Antonelli, diretor de ciências em Kew e autor sênior do trabalho.

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Ele acrescentou, segundo o jornal The Guardian, que estudos anteriores mostraram que os biólogos não têm sido particularmente eficientes em documentar a biodiversidade. “Voltamos aos mesmos lugares várias vezes e negligenciamos algumas áreas que podem conter muitas espécies.” Os cientistas acreditam que existam cerca de 100.000 espécies de plantas por descobrir que podem conter pistas para futuros medicamentos, combustíveis e outras inovações.

Ilha de Sumatra, na Indonésia, é um dos locais apontadas pela pesquisa como lar de ‘pontos cegos’ de espécies ainda não conhecidas (Foto: Um Só Planeta)

A maioria das regiões identificadas no novo estudo está na Ásia, que tem 22 áreas listadas como necessitando de mais pesquisas, incluindo a ilha de Sumatra, na Indonésia; o Himalaia oriental; o estado de Assam, na Índia, e o Vietnã. Da África, aparecem no inventário Madagascar e as províncias do Cabo da África do Sul. Já da América do Sul, os destaques são Colômbia, Peru e sudeste do Brasil.

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Quase todas as regiões se sobrepõem a áreas que já foram identificadas como “pontos críticos” de biodiversidade, ou seja, ricas em vida, mas ameaçadas de destruição.

O estudo revela ainda que muitos dos países onde as estes ‘pontos cegos” estão têm capacidade limitada para identificação formal de espécies. Mas os cientistas envolvidos esperavam que seu trabalho inspire futuras colaborações entre instituições de pesquisa e populações locais ao redor do mundo.

Contudo, eles alertaram que o público não deve coletar espécies devido às rígidas leis internacionais sobre movimentação da biodiversidade, além de potencialmente ameaçar a sobrevivência delas. O que as pessoas podem fazer é tirar fotos das plantas e compartilhá-las em plataformas de ciência cidadã.

Fonte: Um Só Planeta

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