14 de novembro, 2024

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Diretor da CIA ligou para o Kremlin para deixar claro que EUA não têm vínculo com rebelião do grupo Wagner, diz jornal

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O jornal The New York Times revelou neste sábado (1º) que o diretor da CIA William Burns ligou para o líder do serviço de inteligência estrangeiro da Rússia, Sergei Naryshkin, para assegurar ao Kremlin que os Estados Unidos não estavam envolvidos no motim do grupo Wagner ocorrido na semana passada, de acordo com uma autoridade americana.

Burns disse neste sábado, de acordo com a Reuters, que o motim foi um “assunto interno da Rússia no qual os Estados Unidos não tiveram e não terão parte”.

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De acordo com ele, o motim armado do líder mercenário Yevgeny Prigozhin foi um desafio ao Estado russo, que mostrou o efeito corrosivo da guerra do presidente russo Vladimir Putin na Ucrânia.

Nesta semana, Putin agradeceu ao Exército e às forças de segurança por evitar o que ele disse que poderia ter se transformado em uma guerra civil e comparou o motim ao caos que mergulhou a Rússia em duas revoluções em 1917.

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Durante meses, Prigozhin insultou abertamente os militares mais graduados de Putin, usando uma variedade de palavrões grosseiros e gírias da prisão que chocaram as principais autoridades russas, mas que Putin deixou sem resposta em público.

“É impressionante que Prigozhin tenha precedido suas ações com uma acusação contundente da lógica mentirosa do Kremlin para a invasão da Ucrânia e da condução da guerra pela liderança militar russa”, disse Burns em uma palestra para a Fundação Ditchley, do Reino Unido — uma organização sem fins lucrativos focada nas relações entre EUA e Reino Unido, em Oxfordshire, na Inglaterra.

“O impacto dessas palavras e ações durará algum tempo – um lembrete vívido do efeito corrosivo da guerra de Putin em sua própria sociedade e em seu próprio regime.”

Burns, que serviu como embaixador dos EUA na Rússia entre 2005 e 2008 e foi nomeado diretor da CIA em 2021, classificou o motim de Prigozhin como um “desafio armado ao Estado russo”.

William Burns (em foto de 2014) é diretor da CIA e serviu como embaixador em Moscou (Foto: Reprodução)

Desde que um acordo foi fechado há uma semana para acabar com o motim, o Kremlin procurou projetar calma, com Putin, de 70 anos, discutindo o desenvolvimento do turismo, reunindo-se com multidões no Daguestão e discutindo ideias para o desenvolvimento econômico.

A Rússia emergirá mais forte após o motim fracassado, então o Ocidente não precisa se preocupar com a estabilidade na maior potência nuclear do mundo, disse o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, na sexta-feira.

Mas Burns disse que a guerra já havia sido um fracasso estratégico para a Rússia, revelando sua fraqueza militar e prejudicando a economia russa nos próximos anos, enquanto a aliança militar da Otan cresce e se fortalece.

Burns disse que o “futuro da Rússia como parceira minoritária e colônia econômica da China” estava sendo moldado “pelos erros de Putin”.

Ele disse que o descontentamento na Rússia com a guerra na Ucrânia está criando uma rara oportunidade de recrutar espiões – e  que a CIA não está deixando isso passar.

Fonte: Agências

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