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O Setembro Verde, mês de conscientização da doação de órgãos e tecidos, é uma campanha nacional realizada desde 2007, com o intuito de conscientizar a população sobre a importância de ser um doador de órgãos, e manifestar aos familiares esse desejo ainda em vida.
A doação pode ajudar milhares de pessoas que lutam todos os dias por uma oportunidade de salvar suas vidas. Infelizmente, por falta de informação ou conhecimento sobre o assunto, a recusa familiar é o principal motivo para a não realização de muitos transplantes.
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As ações voltadas à doação de órgãos e tecidos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) vão muito além das orientações à população em geral. O intuito é a conscientização de toda equipe de saúde interdisciplinar que atua no Complexo HCFMB, com objetivo único de aumentar o número de doadores e diminuir as filas de espera por um transplante.
Segundo o coordenador médico da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do HCFMB, Dr. Laércio Stefano, é muito importante sensibilizar a população sobre a importância de manifestar a vontade de ser doador de órgãos. “Apesar do momento difícil da perda do ente querido, a doação é um ato de amor. Muitas vidas podem ser salvas”, diz.
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A Organização de Procura de Órgãos (OPO), vinculada ao Biobanco do HCFMB, é responsável por 51 municípios da região, e também por organizar captações de órgãos e distribuições para transplantes no âmbito da sua área de abrangência, e algumas vezes, até de outros estados.
A busca da OPO se inicia quando o paciente com diagnóstico de morte encefálica internado no HCFMB ou em um dos hospitais da região é detectado e considerado um potencial doador. Uma vez concluído todo o protocolo de morte encefálica, a família é acolhida pela OPO, que apresenta a possibilidade de doação de órgãos e tecidos. Em caso positivo, é desencadeado o processo de captação de órgãos.
Dr. Laércio diz que o momento em que a família do paciente é comunicada sobre o possível diagnóstico de morte é muito delicado. “Nessa etapa, há a conversa sobre a possível doação de órgãos. Havendo autorização pela família, a Central de Transplantes é acionada. Quando todos os exames obrigatórios para a doação estiverem liberados e não houver nenhuma contraindicação, a Central é notificada novamente e é feita uma pesquisa de possíveis receptores dos órgãos doados”, afirma.
A assistente Ana Cláudia Albino reconhece esse momento. Há alguns meses ela perdeu a irmã, vítima de meningite, e autorizou sua doação de órgãos. “Trabalhar na área da saúde me ajudou a entender a luta dos pacientes que aguardam por um transplante. A conscientização sobre a doação é muito importante. Eu e meu sobrinho conversamos muito e tivemos muita força nesse momento difícil, mas entendemos que poderíamos fazer o bem, a salvar vidas. É muito gratificante”, afirma. A irmã de Ana teve córnea e rins doados.
De acordo com a legislação brasileira, a retirada dos órgãos e tecidos do paciente doador só pode ser feita após autorização dos membros da família. O doador deve ser vítima de dano cerebral irreversível, e diagnosticado com morte encefálica. Assim, seus principais órgãos vitais poderão ser transplantados, proporcionando uma melhor qualidade de vida aos pacientes que aguardam por uma nova chance na fila de transplante.
Sérgio Pleti, 64, foi diagnosticado com cirrose hepática. Em exames de rotina, recebeu a notícia que precisava de um transplante de fígado durante o tratamento. “Tive muita esperança e sempre acreditei que conseguiria um novo órgão. Nunca perdi a fé”, diz.
O paciente recebeu um novo órgão no HCFMB há dois meses, e se recupera muito bem. “A atitude dessa família, em uma hora de dor, trouxe a minha vida de volta, e sempre serei grato a isso. Salvar a vida de alguém não tem preço, não tem valor”, conta, emocionado.
Para o coordenador da OPO do HCFMB, as informações sobre doação de órgãos devem ser amplamente divulgadas. “Tirem suas dúvidas e sejam doadores de órgãos. Basta uma palavra de solidariedade para salvar muitas vidas”, finaliza.
Com Assessoria