18 de setembro, 2024

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Botucatu: Halloween? Associação dos Criadores de Saci de Botucatu mantém viva lenda do personagem folclórico

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Mito para alguns, verdade para outros. A existência do saci ainda é uma das lendas do folclore brasileiro, mas, em Botucatu, um engenheiro garante que já viu o personagem várias vezes e relevou como foi o primeiro encontro com o Saci. Presidente da Associação Nacional dos Criadores de Saci (ANCS), José Oswaldo Guimarães assumiu a entidade, que mantém viva a história desse personagem folclórico há quase 40 anos.

Nesta segunda-feira (31), é o Dia do Saci. A data foi criada por lei federal em 2003 e faz um contraponto ao Halloween, também comemorado em 31 de outubro e que faz parte da cultura dos Estados Unidos.

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O objetivo foi resgatar um dos personagens mais famosos do folclore brasileiro que tem uma referência muito forte com a cidade do centro-oeste paulista.

José é um dos responsáveis por transformar Botucatu na “terra do saci”. Interessado pelo tema, o engenheiro conta que, em 1980 foi com amigos para visitar a região das Três Pedras, onde boatos diziam ser lar de discos voadores e extraterrestres.

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Ao conversar com moradores daquela região, soube da história do saci que teria trançado a crina de uma égua.

“Sempre ouvi falar dos contadores de causo dos sacis. Fomos visitar a região, encontrei moradores e todos me confirmaram que sim, existem sacis. Fiquei admirado. A ideia da ANCS é criar o saci na mata, no imaginário, nas escolas, por isso trabalhamos com a coleta e troca de informações com a comunidade”, assume.

Três anos depois da visita, José explica que estava sentado em um bar em Itajubá, no sul de Minas Gerais, quando conheceu um “criador” de sacis que o convidou para visitar sua “criação”.

No sítio mineiro, José afirma que andaram por entre árvores até chegarem ao encontro dos sacis. Segundo a sua narrativa, eles teriam 90 centímetros, eram machos e fêmeas, vivendo em casais com filhos, todos com uma só perna. Foi assim que o engenheiro descreveu o que, segundo ele, foi o primeiro encontro com o personagem.

'Criador' de sacis de Botucatu revela como foi primeiro 'encontro' com o personagem folclórico — Foto: Facebook /Reprodução
‘Criador’ de sacis de Botucatu revela como foi primeiro ‘encontro’ com o personagem folclórico (Foto: Facebook /Reprodução)

Autorizado pelo criador de sacis, José conta que trouxe exemplares para Botucatu e dessa forma se tornou também um “criador” do personagem.

Segundo José, a ANCS estima que haja cerca de 80 pessoas que movimentam a história ativamente. Contudo, é incontável, e beira a milhares, o número de sócios que trabalham em prol de uma só causa: divulgar o saci.

“Botucatu ficou conhecida como a cidade do saci, mas a ANCS não é ligada à prefeitura. A história da associação foi passada de ‘boca a boca’, sempre fomos convidados para participar de trabalhos da Unesco e para a manutenção da cultura popular”, destaca.

José ainda relata que viajou o país todo para contar a história do saci. Uma das perguntas que mais recebe é sobre mostrar uma foto do personagem, como prova concreta da sua existência. Mas o engenheiro explica que isso causaria a “morte” do personagem.

“O saci ‘morre’ porque eu vou definir o personagem. Bom é olhar o saci no seu canto e depois contar para os outros, cada um do seu jeito. Deixa por conta da imaginação de quem ainda não conhece”, explica.

Inclusive, José representou a forte ligação de Botucatu com a lenda quando foi entrevistado por Jô Soares em seu programa. À época, o criador de saci reuniu membros da ANCS que também foram entrevistados. Entre eles, médicos e cirurgiões plásticos de sacis.

Diz a lenda…

Conhecido por assoviar pelas matas, o saci é famoso por realizar brincadeiras e travessuras por onde passa. Mas, mais que isso, é protetor das florestas e amigo da natureza. A lenda repercute nacionalmente e José lembra a importância de preservar o resgate da criação do saci.

“É uma cultura intrínseca das comunidades. Quando eu vou pra Minas é um trabalho, no Sul é outro. Tem diversas culturas nesses locais. É uma resistência. Trabalhamos com esse personagem que vai reunir a defesa do local através do lúdico. Preservar é cuidar da história. A gente perde a necessidade de iluminar as sombras, então é um trabalho feito com o intuito de buscar o diferente”, relembra.

Questionado sobre o que pensa daqueles que não acreditam no saci, José foi claro em responder: “A perda é para essas pessoas, o saci não tem que provar nada. Acho triste, acho até que, no final, essas pessoas acreditam no saci”.

Fonte: G1

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