Anúncios
Uma cena que não é mais incomum no Rio Tietê, ao longo do interior paulista: o manancial tomado por aguapés e outros vegetais, que já até deixaram a paisagem parecida com um tapete verde.
Essas plantas aquáticas, que se reproduzem de forma muita rápida, são conhecidas como invasoras e que precisam ser controladas, por isso um grupo de pesquisadores realizou um estudo sobre esse fenômeno no rio que é celebrado nesta sexta-feira (22). O grupo de trabalho é formado por professores, pesquisadores, embarcadores e ambientalistas.
Anúncios
As plantas aquáticas, como os aguapés, estão se proliferando de forma descontrolada e trazem preocupações. “Elas afetam o oxigênio das águas e podem criar condições não adequadas para os peixes. Outra questão é proliferação intensa dificultar ou impedir a navegação, que é o que acontece em Barra Bonita”, explica o pesquisador Robinson Pitelli.
O estudo durou mais de um ano para identificar as causas do aumento de plantas aquáticas de forma desordenada no Rio Tietê. Segundo eles, a poluição do rio é um dos principais motivos.
Anúncios
“A gente tem uma população enorme que lança esgoto em Barra Bonita e depois que lança esse esgoto, ele se decompõe e se transforma em nutriente que a planta aquática se alimenta”, afirma Edivaldo Domingues Velini, professor da Unesp de Botucatu.
O estudo feito pelo grupo busca, principalmente, encontrar soluções junto ao poder público e iniciativa privada para controlar a proliferação das plantas aquáticas e acelerar a retirada dos aguapés do Rio Tietê.
Cidades como Barra Bonita estão tendo prejuízos por conta dessa situação. Em Anhembi, os pescadores também foram prejudicados pela intensa presença das plantas aquáticas.
“Nós estamos falando de uma das principais hidrovias do país, que escoa boa parte da produção agrícola do país e atrás disso vem pescador, vem transporte, vem lazer e uma população que não consegue usar o rio para nada, afeta os esportes aquáticos também. Um prejuízo que é quase incalculável”, diz o presidente da ONG Mãe Natureza, Hélio Palmesan.
“Nós fizemos um levantamento leve que por mês está tendo uma perda da ordem de R$ 30 milhões entre todos os pescadores. A gente levou em conta o combustível que se gasta a mais, material de pesca perdido, foi feito esse levantamento que é declarado ao Ministério da Pesca ”, completa Ângelo Henrique Biazzotto, representante da Federação dos Pescadores do Estado de SP.
O projeto final elaborado pelo grupo vai ser encaminhado ao governo estadual e para que o problema seja resolvido, além da despoluição da água, também será fundamental o monitoramento dos rios.
“A gente não consegue fazer controle mecânico em áreas muito grandes, então a gente precisa ter outras alternativas. É preciso que outros pesquisadores trabalhem com isso, precisamos de controle biológico, químico. Nós estamos trabalhado com vapor e outras alternativas na busca de custos menores para que a gente possa atuar em áreas maiores”, destaca o professor da Unesp.
Fonte: G1