22 de setembro, 2024

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Deslizamento de terra e risco de queda de rocha são apontados em 18 das 21 atrações do Parque Nacional da Serra da Canastra

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Deslizamento de terra, rolamento de rochas, risco de queda e enxurrada, esses foram alguns dos problemas identificados em um estudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB), órgão ligado ao Ministério das Minas e Energia, em 18 das 21 atrações do Parque Nacional da Serra da Canastra. Entre os locais com algum tipo de risco está a Cachoeira Casca D’Anta, cujo um trecho passa por São Roque de Minas (MG),

A avaliação geotécnica nos atrativos turísticos localizados nos municípios de Delfinópolis e São Roque de Minas foi feita a pedido do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), após a queda do paredão de rocha que matou dez pessoas em Capitólio, em janeiro deste ano.

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Além da Casca D”Anta, o estudo também avaliou outras treze cachoeiras, três trilhas, a nascente histórica do rio São Francisco e o poço da trilha Sanit-Hilaire. No estudo, o SGB não aponta necessidade de interdição dos atrativos turísticos e salienta que os riscos são inerentes em atividades turísticas em áreas de perigo como cachoeiras e trilhas que percorrem encostas rochosas de alta declividade.

Por meio de nota, o ICMBio informou que foram “instaladas placas informativas em todo a extensão do Parque da Canastra alertando sobre o perigo de quedas de blocos rochosos em alguns dos pontos citados no estudo do Serviço Geológico do Brasil (SGB)”. Veja abaixo outras medidas de segurança adotadas no parque da Canastra.

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Casca D'anta está entre os atrativos com risco de acidentes no Parque da Canastra  — Foto: Globo Repórter
Cascata D’anta está entre os atrativos com risco de acidentes no Parque da Canastra (Foto: Globo Repórter)

Estudo

O estudo foi realizado em julho deste ano. De acordo com o Serviço Geológico, é importante ressaltar que existe risco inerente na realização de atividades turísticas em áreas de perigo, como cachoeiras e trilhas que percorrem encostas rochosos de alta declividade. O ambiente geológico natural tem processos de movimentos gravitacionais de massa complexos, intensos, dinâmicos e com evolução quase que diária.

Entretanto, por se tratar de um patrimônio natural o órgão acredita que as áreas devem ser abertas à visitação do público para que possam conhecer e compreender a importância.

Cascata D’Anta

Com relação aos problemas identificados na Cachoeira da Casca D’Anta – na parte alta conhecida por Poço Fundo, o estudo classifica como “Perigo Alto” para processos gravitacionais de massa e enxurradas.

O paredão sul do Poço Fundo apresenta significativa compartimentação rochosa em função da intersecção de fraturas verticais a subverticais e foliação subhorizontal, o que caracteriza tombamento rochoso, acidente geológico com muito alto potencial de causar danos graves, constituindo grave ameaça à vida dos visitantes. Existem placas alertando para a ocorrência desse tipo de processo no local.

Vista aérea do drone na região do Poço Fundo, na parta alta da Casca D’Anta — Foto: Divulgação
Vista aérea do drone na região do Poço Fundo, na parta alta da Casca D’Anta (Foto: Divulgação)

No canto superior esquerdo da foto, veja acima, em vermelho, observa-se a trinca no solo, que juntamente com demais fraturas da rocha podem delimitar um bloco rochoso de dimensões aproximadas de 10 metros de largura por 15 metros de altura, o que pode provocar o movimento do tipo tombamento rochoso, com grande constituindo grave ameaça à vida dos visitantes. É um evento análogo ao ocorrido em Capitólio.

A porção em amarelo mostra uma porção do maciço rochoso, que apesar de não mostrar trincas evidentes no solo, também está sujeita ao desenvolvimento do mesmo processo. Diante disso, o estudo propõe que seja feito a sinalização de perigo de queda e tombamento rochoso no início da trilha de acesso ao Poço Fundo.

O estudo sugeriu também que seja informado qual tipo de perigo o local está sujeito, bem como frisar que o processo de queda e tombamento rochoso pode ocorrer sem aviso prévio, independente de períodos chuvosos, e constituindo grave ameaça à vida dos visitantes. E ainda recomendou o monitoramento periódico das fraturas observadas no solo no topo do paredão.

O que foi feito

Ainda em nota, o ICMBio disse que no Poço Fundo, a trilha entre as partes baixa e alta da cachoeira Casca D’anta e parte do acesso à cachoeira do Rolim estarão interditadas em períodos de chuvas intensas. A equipe do parque também estuda a possibilidade da inclusão de barreiras de segurança em alguns locais.

Ainda, os funcionários das portarias da Unidade de Conservação Federal e demais prestadores de serviços foram orientados a repassar informações aos visitantes. A equipe segue em contato com a Defesa Civil do Estado de Minas Gerais, por meio de reuniões com os municípios abrangidos pela unidade, a fim de avaliar as possibilidades e as iniciativas para sanar os problemas.

Por fim, a nota diz que o parque segue à disposição das instituições em medidas de redução e mitigação dos riscos nas regiões e pela elaboração de atividades educativas, que já estão sendo articuladas junto aos técnicos do SGB.

O parque

O Parque Nacional da Serra da Canastra tem cerca de 72 hectares em área de cerrado e foi criado pelo Decreto nº 70.355, de 3 de abril de 1972, abrigando as nascentes das bacias dos rios São Francisco, Araguari e Santo Antônio.

O nome “Parque Nacional da Serra da Canastra” foi pensado a partir do formato do relevo que compõe o chapadão do Diamante – chapadão que se destaca no relevo da área do parque.

Parque Nacional da Serra da Canastra abriga a nascente histórica do Rio São Francisco — Foto: Reprodução/Globo Repórter
Parque Nacional da Serra da Canastra abriga a nascente histórica do Rio São Francisco (Foto: Reprodução / Globo Repórter)

Fonte: G1

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