28 de novembro, 2024

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Deputada de SP propõe distribuição gratuita de absorventes para mulheres

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Há cinco anos, a professora Edicleia Pereira Dias, diretora da escola municipal Cosme de Farias, localizada na periferia de Camaçari na Bahia, começou a investigar o porquê de suas alunas meninas faltarem às aulas pelo menos cinco dias por mês sem aviso.

Em conversas com familiares e com as próprias garotas, ela descobriu que o motivo era algo comum para todas as mulheres: menstruação. Mas, ao contrário do que imaginou, o problema não eram as cólicas ou desconfortos, mas sim a falta de absorventes.

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“A questão era muito simples, mas não percebi de cara. A nossa escola é classificada pelo Ministério da Educação como de classe D, ou seja, os alunos vivem em situação de vulnerabilidade e as garotas não têm condições financeiras para comprar absorvente todos os meses”, conta em entrevista à EXAME.

Foi então que Dias passou a distribuir absorventes gratuitamente para as alunas, que correspondem a mais de 60% do quadro de 470 estudantes da instituição. “A sociedade ensina as meninas que menstruação é um tabu e isso traz prejuízos para o aprendizado e para a vida dessas garotas”, diz.

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Por quase quatro anos, as próprias funcionárias da escola levaram absorventes para distribuição. Desde o ano passado, no entanto, quando a história começou a circular nas redes sociais, a comunidade de Camaçari passou a doar mais produtos, o que garantiu a criação de um “banco de absorventes” na escola.

Para as férias do ano passado, Dias conseguiu entregar três pacotes para cada estudante e, a partir desse ano, vai começar a deixar disponível nos banheiros femininos, inclusive para as funcionárias da escola.

A iniciativa de Dias foi compartilhada pela deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) no mesmo dia em que ela apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados (428/2020) que garante a distribuição gratuita de absorventes biodegradáveis em espaços públicos.

“O uso de materiais inadequados como jornal, papel higiênico, miolo de pão ou tecidos e ainda a troca infrequente dos absorventes, por motivo de economia, podem trazer riscos para a saúde como infecções”, diz o documento do projeto

 Leia na íntegra o Projeto de Lei que trata sobre distribuição gratuita de absorventes.

Segundo a parlamentar, o custo da distribuição gratuita seria de aproximadamente 119 milhões de reais, com foco em mulheres entre dez e 50 anos, que recebem até um salário mínimo domiciliar per capita.

Fonte: Exame

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