23 abril, 2024

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Deic prende no interior de SP suspeito de comandar maior assalto da história de SC, criar ‘novo cangaço’ e roubar aviões e carros-fortes

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A polícia de São Paulo prendeu nesta quarta-feira (13), em Limeira (SP), David Marques dos Santos, de 45 anos, apontado como um dos assaltantes mais procurados do país.

As polícias de São Paulo e de Santa Catarina suspeitam que ele tenha comandado o maior assalto da história de Santa Catarina, em novembro de 2020.

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Ele estava foragido fazia seis anos e é considerado um dos principais envolvidos em roubos audaciosos no Brasil e no Paraguai, envolvendo ataques a bancos e caixas eletrônicos.

Segundo as investigações, Santos também participou do roubo da empresa de transporte de valores Prosegur, no Paraguai, em 2017, e no Aeroporto de Blumenau, em março de 2019.

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O suspeito foi apresentado no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), na capital paulista.

Momento da prisão de David Marques dos Santos, em Limeira — Foto: Wagner Morente/ Guarda Civil Municipal de Limeira
Momento da prisão de David Marques dos Santos, em Limeira (Foto: Wagner Morente/ Guarda Civil Municipal de Limeira)

‘Novo cangaço’

De acordo com o Deic, o preso é especialista em invasões e explosões de empresas de transportes de valores, agências bancárias e aviões pagadores, além de ser um dos implementadores da formação de bandos para atacarem cidades, modalidade conhecida como “novo cangaço”.

É investigado por invasões em bando de cidades no interior da Bahia, Pernambuco e Maranhão. Os alvos eram agências bancárias e casas lotéricas.

A Polícia Civil informou que sempre manteve o criminoso sob investigação e foi possível identificar um imóvel usado por ele. O local acabou cercado e não houve resistência de Santos durante a prisão, diz o Deic. A casa foi inspecionada e nenhum tipo de armamento ou explosivo foi encontrado no local.

Ele estava foragido desde 2014, quando foi resgatado por integrantes da quadrilha do Centro de Detenção Provisória de Franco de Rocha, na Grande São Paulo. O estabelecimento prisional foi atacado por indivíduos armados de fuzis. Ele conseguiu fugir e permaneceu solto até hoje.

Operação do Deic, em Limeira, nesta quarta-feira — Foto: Divulgação/ Deic
Operação do Deic, em Limeira, nesta quarta-feira (Foto: Divulgação/ Deic)

‘Assaltante fantasma’

As apurações apontam sua participação nos roubos de malotes em aviões pagadores nos aeroportos de Blumenau, em Santa Catarina, e Viracopos, em Campinas, em 2019. Numa das ações ele perdeu o irmão durante troca de tiros.

Ele também é suspeito de participar de interceptações de três carros-fortes na rodovia dos Tamoios, em Paraibuna, no Vale do Paraíba.

Em 2016, o “assaltante fantasma”, como é denominado, se envolveu no ataque a uma transportadora de valores em Santo André, no Grande ABC, e na cidade de Santos, além de liderar a invasão a uma base de transporte de valores no Paraguai, considerado o maior roubo ocorrido até então naquele país.

Durante o assalto que Santos é suspeito de comandar, em Criciúma, no Sul de Santa Catarina, os criminosos atacaram uma agência bancária no Centro da cidade e, durante a ação, queimaram um caminhão, atiraram para o alto com armas pesadas e fizeram reféns. Um policial ficou ferido.

Por volta das 23h50 de 30 de novembro, cerca de 30 pessoas assaltaram a tesouraria regional do Banco do Brasil em Criciúma. A ação durou 1 hora e 45 minutos. Pessoas foram feitas reféns. As autoridades de Santa Catarina afirmam que este foi o maior assalto da história do estado.

Criciúma é a mais importante cidade do Sul catarinense. Ela tem 217.311 habitantes, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que a torna o quinto maior município do estado.

Quadrilha usou reféns para bloquear ruas em Criciúma e bloquear a aproximação da polícia — Foto: Reprodução / TV Globo
Quadrilha usou reféns para bloquear ruas em Criciúma e bloquear a aproximação da polícia (Foto: Reprodução / TV Globo)

Ferido

Nenhum refém ou morador se feriu, mas o policial militar Jeferson Luiz Esmeraldino foi atingido por tiros na região do abdômen. Ele deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no último dia 4.

No dia do crime, quando a viatura policial se deslocava para atender ao caso, encontrou no caminho um dos veículos dos criminosos e houve troca de tiros, próximo a um shopping da cidade, e o soldado foi atingido.

Esmeraldino é natural de Tubarão, também no Sul do estado, e atua desde 2016 na Polícia Militar. Atualmente, estava no 9º Batalhão da PM, de Criciúma.

Ele precisou passar por três cirurgias. Durante a internação, ele recebeu doação de sangue de colegas de corporação.

Soldado da PM Jeferson Luiz Esmeraldino ficou ferido durante assalto em Criciúma — Foto: Redes sociais/Reprodução
Soldado da PM Jeferson Luiz Esmeraldino ficou ferido durante assalto em Criciúma (Foto: Redes sociais/Reprodução)

Investigação

As investigações para encontrar todos os responsáveis pelo assalto continuam. Polícia Civil e Instituto Geral de Perícias não dão detalhes porque tudo está em sigilo.

Além de Santos, pelo menos 14 suspeitos de envolvimento já haviam sido presos até 9 de dezembro. Entre os presos está um casal que foi localizado em Campinas (SP). Uma denúncia anônima levou Polícia Militar aos envolvidos e explosivos foram apreendidos. Contudo, não foram divulgadas identidades ou as circunstâncias das prisões com o objetivo de não atrapalhar a investigação.

Segundo o delegado Anselmo Cruz, titular da Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais de Santa Catarina, cerca de R$ 80 milhões foram levados pelo grupo. Parte desse valor foi recuperado no mesmo dia, quando algumas notas ficaram espalhadas pelas ruas após o ataque dos criminosos.

Só na rua, a polícia recolheu cerca R$ 300 mil. Além disso, quatro homens foram detidos por furtarem as cédulas abandonadas pelos criminosos. Eles estavam com cerca de R$ 810 mil.

Carros apreendidos foram usados pelos criminosos para fuga após o assalto em Criciúma, segundo polícia — Foto: Diorgenes Pandini/NSC
Carros apreendidos foram usados pelos criminosos para fuga após o assalto em Criciúma, segundo polícia (Foto: Diorgenes Pandini/NSC)

Em 1º de dezembro, a polícia encontrou 10 carros utilizados pelos criminosos. Os veículos estavam em um milharal em Nova Veneza, cidade vizinha, e eram de “alta potência e grande valor comercial”, segundo o delegado Vitor Bianco.

Um galpão usado para a pintura desses veículos foi encontrado em 2 de dezembro. O local fica em Içara, também cidade vizinha a Criciúma.

O que se sabe do assalto:

  • Cerca de 30 pessoas encapuzadas assaltaram uma agência do Banco do Brasil no Centro de Criciúma às 23h50 de 30 de novembro. A ação durou 1 hora e 45 minutos.
  • Pessoas foram feitas reféns e cercadas por criminosos; houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia.
  • Um PM ficou ferido. O policial precisou passar por três cirurgias.
  • Criminosos fugiram, e parte do dinheiro ficou espalhada pelas ruas.
  • Quatro moradores foram detidos após recolherem R$ 810 mil que ficaram jogados no chão devido à explosão durante o assalto.
  • Criminosos também deixaram 30 quilos de explosivos para trás. Polícia não sabe o total utilizado.
  • 10 carros usados no assalto foram apreendidos em um milharal de uma propriedade privada em Nova Veneza, a noroeste de Criciúma.
  • A PM acredita, baseada em manchas de sangue encontradas nesses veículos, que pelo menos dois criminosos tenham se ferido.
  • Em nota, o Banco do Brasil disse que funcionários não foram feridos e que não informa “valores subtraídos durante ataque às suas dependências”.
  • As autoridades de Santa Catarina afirmam que este foi o maior assalto da história do estado.

Fonte: G1

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