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O déficit da produção agrícola venezuelana chegou a 75%, cinco pontos a mais que em 2017, o que agrava a escassez de alimentos, informou o sindicato agropecuário nesta terça-feira (10).
Atualmente, o setor privado abastece 25% do consumo, frente os 30% em novembro do ano passado, e “é a razão pela qual não conseguimos os alimentos”, disse Aquiles Hopkins, presidente da Federação Nacional de Agricultores (Fedeagro).
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Há uma década, o país petroleiro produzia 70% dos alimentos que consumia, mas os controles de preços e cambiários minaram o setor, acrescentou Hopkins, para quem a “Venezuela está em uma terrível crise alimentar” com “índices de desnutrição preocupantes”.
A escassez de alimentos combina com uma hiperinflação que, segundo o FMI, poderá encerrar este ano em 13.000% e que levou os preços dos alimentos às alturas.
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Em uma coletiva de imprensa na comissão de Finanças do Parlamento de maioria opositora, o dirigente advertiu que a situação pode piorar, pois a poucos dias de iniciar o ciclo de semeadura só se armazenou 10% dos fertilizantes, sementes e agroquímicos necessários.
A distribuição desses insumos está sob o controle do governo, que enfrenta graves problemas de liquidez pela queda da renda petroleira, que provocaram uma drástica redução das importações e da venda de divisas ao setor privado.
Hopkins citou como exemplos do déficit o milho-branco (básico na dieta dos venezuelanos), que cobre somente 20% do consumo, o arroz (34%), o açúcar (20%) e as hortaliças (25%).
Também mencionou uma redução anual do consumo per capita de frango de 42 quilos para 12 quilos; de carnes vermelhas de 24 quilos para menos de sete quilos; e de ovos de 160 unidades a 60 unidades.
A isso se soma o fato de 85% do maquinário agrícola ser obsoleto, pois há três anos não designam divisas para a compra de outros, afirmou a direção, que pediu para flexibilizar os controles e devolver ao setor privado o manejo dos insumos para reativar o campo.
Fonte: Yahoo!