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Durante a cerimônia de coroação do rei Charles III neste sábado (6), o mundo deve estar de olho nas joias da coroa britânica. O evento desperta a atenção mundial e reaviva a discussão sobre a posse dos diamantes, muitos deles retirados das antigas colônias exploradas pelo então império britânico.
O maior diamante bruto do mundo foi descoberto em 1905, na mina de Thomas Cullinan, perto de Pretória, na África do Sul. O governo da época, quando o país ainda era colônia britânica, comprou a pedra de 3.126 quilates e ofereceu como presente de aniversário ao Rei Eduardo VII. O objetivo era reforçar os laços entre os colonos e a Coroa britânica após a Guerra dos Boêres.
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O enorme diamante foi enviado a Amsterdã, onde foi talhado em diversas pedras. A maior e mais importante delas, chamada de “Estrela da África”, está no cetro real que o rei Charles portará durante a coroação na Abadia de Westminster. O diamante tem 530 quilates.
Outras pedras retiradas do diamante Cullinan ornam a coroa que será usada pela rainha Camila durante a consagração.
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As joias da Coroa britânica evidenciam, ao mesmo tempo, a história de luxo e riqueza do Reino Unido e a exploração colonial imposta a outros territórios ao longo de séculos.
A África do Sul, que se tornou independente em 1931, nunca fez um pedido oficial de devolução das pedras, mas essa exigência é defendida por diversos partidos de oposição. Esses grupos consideram que as joias foram roubadas do povo sul-africano por um governo ilegítimo.
“Toda a riqueza mineral da África do Sul pertence ao povo sul-africano, não a um palácio britânico”, disse Vuyolwethu Zungula, líder de um pequeno partido de oposição, na quinta-feira. “Pessoas morreram e sangue foi derramado para que esses diamantes chegassem à Grã-Bretanha”.
Diamante Koh-i-Noor não estará na cerimônia
Se os protestos sul-africanos não provocaram mudanças na escolha das joias usadas na cerimônia de Charles III, um grande diamante reclamado pela Índia, em posse britânica desde o século 19, não aparecerá no sábado.
A pedra conhecida como “Koh-i-Noor” tem uma história de séculos antes de ter sido apropriada pela Companhia das Índias Orientais em 1849.
O diamante de 105 quilates fazia parte da coroa usada pela rainha Elizabeth II, mulher do rei George VI durante sua coroação em 1937. O diamante também deveria estar na coroa usada pela rainha Camilla no sábado, mas não será usado por conta das polêmicas sobre sua restituição.
A Índia exige a restituição da pedra que passa a maior parte do tempo em exibição no museu da Torre de Londres, como o governo indiano fez questão de lembrar em setembro de 2022, após a morte de Elizabeth II.
Mas os indianos não são os únicos que dizem ser os reais donos do diamante. O Koh-i-Noor também é reclamado por iranianos e afegãos, já que é incerto o ponto exato onde foi encontrada a pedra.
Até o momento, a Coroa britânica nunca considerou a devolução de suas joias.
Fonte: Agências