29 março, 2024
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Os candidatos Daniel Scioli (Frente para a Vitória), candidato do kirchnerismo, e Mauricio Macri (Cambiemos), de oposição, vão disputar um inédito segundo turno nas eleições presidenciais da Argentina, mostraram os resultados divulgados na madrugada desta segunda-feira (26/10).
Com 70,22% dos votos apurados, Macri aparece com 35,98% dos votos, contra 34,95% de Scioli e 21,13% de Sergio Massa (Una). Dessa forma, haverá segundo turno porque, segundo a Constituição do país, para vencer de forma direta, o candidato deve superar 45% dos votos ou ter mais de 40% e uma diferença de 10 pontos em relação ao segundo colocado.
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O segundo turno está previsto para o dia 22 de novembro.
Quem é Scioli
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Governador da província de Buenos Aires desde 2007, Scioli é conhecido por sua flexibilidade – conseguiu lidar com setores extremamente distintos do peronismo, representados pelos ex-presidentes Carlos Menem (1989-1999), Eduardo Duhalde (2002-2003) e Néstor Kirchner (2003-2007).
Esportista, sofreu um acidente quando dirigia seu catamarã em 1989, no delta do rio Paraná. No episódio, perdeu o braço direito, fato que gerou ampla comoção nacional. Com uma prótese, voltou a pilotar e consagrou-se oito vezes campeão mundial.
Após se aproximar de Menem, foi eleito deputado pelo Partido Justicialista e, durante o breve governo de Adolfo Rodríguez Saá (2001), foi secretário de Turismo, cargo que manteve durante a administração de Eduardo Duhalde (2002-2003). Em 2003, assumiu como vice-presidente na gestão de Néstor Kirchner.
Quem é Macri
Principal figura oposicionista ao kirchnerismo, Maurício Macri (do partido Cambiemos), tornou-se prefeito de Buenos Aires em 2007. Em julho deste ano, seu chefe de gabinete, Horacio Rodríguez Larreta, tomou seu posto à frente da capital argentina, em uma disputa acirrada que serviu de termômetro para a popularidade de Macri na disputa pela presidência.
Entretanto, a carreira política do segundo colocado teve propriamente início em 2005, quando foi eleito deputado da nação argentina. Ele é frequentemente associado à figura de principal adversário do partido governista, o FpV (Frente para a Vitória), embora já tenha dito, em entrevista à rádio Mitre, que não se sente “antikirchnerista”.
No âmbito econômico, Macri – que faz parte da coalizão PRO (Proposta Republicana) – defende, entre outras coisas, a redução do gasto público e a diminuição da ação do Estado na economia; a realização de uma reforma cambiária para a livre flutuação da moeda e a reforma fiscal.
Discursos
Em discurso concedido uma hora antes do resultado oficial das eleições – quando ainda havia grande expectativa sobre a possibilidade de o pleito ser resolvido já em um primeiro turno Scioli agradeceu o apoio dos eleitores que o posicionaram à frente dos resultados e pediu o voto dos indecisos e dos independentes.
“Existem duas visões de presente e futuro na Argentina e nossa prioridade são os humildes, os trabalhadores e a classe média. A mudança tem que serguir adiante”, ressaltou o candidato kirchnerista, em clara referência a seu rival, Mauricio Macri, cuja ideologia política se encontra à direita.
Ainda em relação ao candidato opositor, Scioli ressaltou que se fosse por Macri, que era prefeito da cidade de Buenos Aires, não haveria no país a AUH – espécie de Bolsa Família -, a YPF (empresa petroleira do país), nem a Aerolíneas, companhia de aviação.
Scioli também voltou a ressaltar algumas de suas promessas de campanha, como a isenção do imposto de renda para todos os trabalhadores e aposentados que ganhem menos de 30 mil pesos (cerca de R$ 12 mil), a continuação da recuperação das ferrovias do país, a manutenção dos programas sociais implementados nos últimos anos, a busca da soberania energética e o compromisso de seguir lutando contra os chamados fundos abutres. Em uma menção ao papa Francisco, ressaltou: “vou trabalhar para que todos tenham Teto, Terra e Trabalho”.
Fonte: Opera Mundi
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