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O cuxiú-preto (Chiropotes satanas) é uma espécie de primata endêmica do Brasil. O animal pode ser identificado pelo “cabelo preto espesso e barba característica”, além de uma cauda similar com a de uma raposa.
A espécie nativa do extremo leste da Amazônia brasileira está criticamente ameaçada de extinção. O biólogo Fabiano de Melo explica por que o animal se encontra nesse estado de conservação.
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“A espécie está ameaçada de extinção porque está na área que é considerada a borda do arco de desmatamento na Amazônia oriental”, explica.
Na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a conservação da Natureza (IUCN), o primata está avaliado como Vulnerável (VU).
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O cuxiú-preto vive restrito a uma região relativamente pequena do Rio Tocantins, no leste do Pará ao redor do Rio Grajaú, no Maranhão. Considerado o primata mais ameaçado da Amazônia, ele está já extinto localmente em uma grande parte de sua distribuição original.
Nas últimas décadas, a urbanização trouxe a destruição e degradação do habitat onde vive. Além disso, a caça que visa a carne e cauda do animal é outra ameaça à sobrevivência do cuxiú.
A espécie
Na alimentação, a espécie passa a maior parte do tempo procurando frutas e sementes, bem como insetos. Esses primatas usam os dentes caninos para quebrar cascas duras de frutas e nozes e ingerir as sementes dos frutos.
“O cuxiú-preto é um animal granívoro, se alimenta de frutos, mas principalmente de sementes. Inclusive a mandíbula dessas espécies de pitecídeos é a mais forte dos primatas, sendo uma musculatura muito especializada para morder frutos duros”, explica Fabiano de Melo.
Apesar de ser um predador de sementes, o primata pode realizar a polinização, pois acaba também dispersando sementes por meio das fezes ou jogando-as no solo.
O cuxiú-preto é um animal sociável, sendo visto frequentemente brincando uns com os outros, até mesmo com macacos de outras espécies. O biólogo conta ainda que os primatas costumam andar em grandes grupos, com 40 a 50 animais.
Fonte: G1