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Christian Cueva chegou à sala de entrevistas do CT da Barra Funda de óculos, cabelo invocado, sorriso de orelha a orelha e um pedido de desculpas por não falar português. Difícil não simpatizar com o peruano, que foi procurado pelo São Paulo logo depois de ser eliminado com o Toluca, na Libertadores, e, desde então, aumentou o carinho que já sentia pelo clube.
– Sempre acompanhei o São Paulo, um clube conhecido internacionalmente. Enfrentá-lo foi uma linda experiência, e foi uma partida em que quis mostrar meu talento para um grande. É um sonho se tornando realidade – afirmou Cueva, que também se lembrou de Rogério Ceni, goleiro que jogou no Tricolor entre 1990 e 2015, e se aposentou no último mês de dezembro.
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– Eu me lembro de um grande goleiro, era referência na equipe. Eu via como ele batia as faltas e os pênaltis. Outro jogador que admiro muito, além de todos os outros, é o Ganso. Gosto da sua forma de jogar e espero ganhar essas coisas que ele tem, aprender é o mais importante.
Com a camisa 13 e a expectativa de estar regularizado para poder estrear na próxima quarta-feira, diante do Fluminense, no Morumbi, Cueva revelou que conversou muito com dois companheiros de seleção peruana antes de assinar: o ex-atacante do Corinthians, Paolo Guerrero, e o ex-técnico do Palmeiras, Ricardo Gareca.
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– Conversei muito com Paolo, creio que seja um jogador que foi muito bem no futebol brasileiro. Sei em que liga estou e sei em que clube estou. O Paolo tem um grande respeito pelo São Paulo e isso é importante no futebol. O São Paulo é tricampeão da Libertadores, no meu país isso dá muito o que falar. Acredito que todos estão contentes por esse momento.
Por falar na Libertadores, Cueva não poderá disputar as semifinais por já ter entrado em campo no torneio com a camisa do Toluca – eliminado pelo Tricolor nas oitavas de final. Ele comentou com o diretor executivo Gustavo Vieira de Oliveira que ficaria encantado em jogar, mas espera compensar essa frustração no fim do ano, no Japão.
– É uma pena, mas vou celebrar quando formos campeões (da Libertadores). E vou jogar o Mundial de Clubes pelo São Paulo – afirmou, confiante.
Veja a seguir os demais tópicos da entrevista de Cueva:
MUITO PRAZER
– Espero que me desculpem, não falo ainda. Estou muito feliz, agradeço a Deus pela oportunidade mais importante da minha carreira. Estou preparado para buscar grandes objetivos com o São Paulo.
IDIOMA
– Há muitos jogadores com quem posso falar, conversar, mesmo o “profe” (referência que jogadores do continente costumam usar aos seus técnicos), mas minha ideia é poder entender e falar com os brasileiros. O mais importante é nos entendermos dentro de campo. Creio que não seja difícil, já que o São Paulo está na semifinal da Libertadores. É uma equipe muito grande e as aspirações são sempre chegar mais longe.
COMO JOGA?
– Sinto que posso jogar em todos os lugares do ataque. Na seleção, com o Gareca, eu atuei como extremo esquerdo (onde joga Michel Bastos no São Paulo). Antes eu jogava atrás do 9 (na posição de Ganso). Mas o mais importante é jogar. Tenho muita ânsia de poder estrear e dar meu melhor. Não vou mentir, desde que o São Paulo se interessou por mim, senti um carinho muito especial. Decidir minha posição caberá ao “profe”, creio que aqui há uma luta sadia pelas posições.
GOL DE MÃO DO PERU QUE ELIMINOU O BRASIL DA COPA AMÉRICA
– Futebol é assim, não posso dizer o que sucedeu, não era eu que estava na jogada (risos). Às vezes favorece outros, pela primeira vez nos beneficiou. Creio que haja muitas histórias sobre isso. Foi lindo enfrentar o Brasil e poder ganhar, é uma seleção sempre muito boa, que gostei de enfrentar. Foi uma experiência que vou levar na cabeça. Enfrentei grandes jogadores e assim se aprende.
SORRISOS
– É minha maneira de ser, sou uma pessoa alegre, vivo o dia-a-dia da melhor maneira porque não se sabe o que pode passar no dia seguinte. Deus nos dá saúde, vida, assim como vocês me veem, eu sou. Obviamente que estar aqui é a felicidade completa, é um sonho que virou realidade. Estou feliz e vou demonstrar nos treinamentos com meus companheiros. Quando eu puder estrear vocês verão o que realmente quero conseguir com o São Paulo.
SEM TEMPO PARA JOGAR COM CALLERI
– É um plantel de grandes jogadores. Vi o Calleri no Boca, mas além de poder fazer dupla com ele ou com qualquer outro, o mais importante é ser uma equipe. Eu me lembro de algo que me disse um psicólogo, e também o professor Ricardo (Gareca), com quem também conversei muito e está feliz pelo que está se passando: um jogador pode ganhar partidas, mas uma equipe ganha campeonatos. Isso é o mais importante.
ENCONTRO COM WESLEY DEPOIS DA DISCUSSÃO NO TOLUCA 3×1 SÃO PAULO
– A primeira coisa que fizemos foi dar um abraço e rir. O que se passou é coisa do futebol. Ele me deu um abraço, as boas-vindas. Estou muito contente, não só com ele, mas por dividir esse grande momento da minha vida com todo o plantel.
Fonte: G1