Crocodilo mais velho da história já teve 10 mil filhotes e faz 124 anos

Henry, o crocodilo-do-Nilo (Crocodylus niloticus) mais velho que se tem registro até hoje, comemora, nesta segunda-feira (16), o seu 124º aniversário. O morador do Centro de Conservação Crocworld em Scottburgh, na África do Sul, foi capturado originalmente em 1903, na Botsuana, e cresceu em cativeiro.

Até hoje, ele atua como um importante agente reprodutor da espécie, já tendo gerado mais de 10 mil filhotes com múltiplas parceiras. Veja vídeo do animal:

Diferentemente de outros grupos, os répteis não param de crescer conforme envelhecem, o que explica o grande tamanho de Henry. Atualmente, o animal tem cerca de 5 metros de comprimento e pesa 700 kg, o que o torna um dos maiores crocodilos-do-Nilo conhecidos.

Embora sua data exata de nascimento seja desconhecida, estima-se que ele tenha eclodido do ovo por volta de 1900. “Se ele tem 100 ou 130 anos, não sabemos realmente, mas ele é claramente velho”, afirma Steven Austad, biólogo da Universidade do Alabama, nos EUA, ao site Live Science. “Uma idade de 124 anos não é inconcebível para um crocodilo”.

O que explica sua longevidade?

Normalmente, quanto maiores são os animais, maior a sua longevidade. Isso costuma acontecer porque espécies menores têm metabolismos muito acelerados, o que faz com que eles queimem mais energia e envelheçam mais rapidamente. Mas mesmo comparados a outros exemplares de mesmo tamanho, os répteis tendem a viver muito mais.

Para Austad, isso também pode ser consequência do sangue frio que corre por suas veias. A característica ectotérmica permite que eles conservem energia ao depender de fontes externas de calor para regular sua temperatura corporal. “Um crocodilo do mesmo tamanho de uma pessoa precisaria comer apenas cerca de 4% do que um mamífero como nós”, ele compara.

A vida de Henry em cativeiro provavelmente também o ajudou a chegar a uma idade tão avançada, mantendo-o bem alimentado e protegido de acidentes e doenças. Animais que, por qualquer motivo, vivem em um ambiente seguro tendem a viver mais.

Outras características biológicas podem contribuir para a longevidade de Henry. Teorias postulam que proteínas encontradas no sangue de crocodilos-do-Nilo podem ter propriedades antibacterianas e ajudá-los a combater infecções e doenças. Da mesma forma, alguns pesquisadores afirmam que seus microbiotas intestinais contribuem para seu robusto sistema imunológico.

Estudar o envelhecimento de crocodilos como Henry pode ser desafiador, já que os pesquisadores precisam capturá-los na infância, marcá-los e segui-los ao longo de suas vidas. Por causa disso, muitas teorias sobre os segredos do envelhecimento reptiliano são especulativas, como o papel de seu sistema imunológico e microbiota.

Fonte: Galileu