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O vírus da zika, suspeito de estar relacionado ao nascimento de bebês com microcefalia, apresenta um desafio “formidável” que será difícil de eliminar, disse na quarta-feira a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan.
“As coisas vão piorar antes de melhorar”, disse Chan no Rio de Janeiro, ao terminar sua missão no Brasil, epicentro mundial do surto de zika, cujo vínculo com a microcefalia levou a OMS a declarar um alerta sanitário mundial.
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Chan disse que parte do desafio de combater o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti se deve ao fato de ser tão “misterioso”. Nem sequer o vínculo com a microcefalia está provado com certeza.
“Estamos lidando com um vírus traiçoeiro, cheio de incertezas, então devemos estar preparados para surpresas”, afirmou.
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Chan parabenizou os esforços do governo brasileiro para enfrentar o mosquito vetor do vírus e sua coordenação com várias entidades internacionais, inclusive com a OMS e o movimento olímpico internacional antes das Olimpíadas do Rio, que começam em 5 de agosto.
O Brasil é o epicentro de um surto de zika e as autoridades acreditam que 1,5 milhões de pessoas contraíram a doença no país nos últimos meses.
O governo brasileiro também registrou uma alta recorde de nascimentos de bebês com microcefalia, uma doença congênita que impede o crescimento normal da cabeça dos bebês e afeta o desenvolvimento cerebral, e suspeita que deve-se ao fato de suas mães terem contraído zika durante a gestação.
“O vírus da zika é culpado até que se prove o contrário”, afirmou Chan.
A diretora-geral disse que 46 países reportaram algum nível de evidência de infecções por zika e que 130 países hospedam o mosquito vetor, o que implica que a expansão do vírus pode ser enorme.
Por outro lado, o vírus ebola – muito mais mortal – só atingiu nove países, enquanto a síndrome respiratória SARS atingiu 26, segundo ela.
Epidemia cruel
Autoridades sanitárias internacionais em viagem com Chan descreveram o surto de zika como especialmente alarmante porque é pouco o que se conhece sobre ele.
“Temos que lidar com uma doença terrível, de graves consequências e cheia de incertezas. Vamos aprendendo com o curso dela”, declarou Bruce Aylward, chefe do departamento de emergências e epidemias da OMS.
“Estamos lidando com uma ameaça para as crianças da nação, o potencial futuro, a economia”, acrescentou.
Carissa Etienne, diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), descreveu a epidemia de zika como “cruel de proporções epidêmicas, um vírus perigoso”.
Mas as autoridades felicitaram o Brasil por sua resposta, afirmando que o maior país da América Latina liderou mundialmente um problema que só vai aumentar. “Estamos impressionados com o que aconteceu no Brasil”, disse Etienne.
O Brasil informou na terça-feira que os casos confirmados de microcefalia desde outubro subiram para 583, contra uma média anual de 150.
O número é 14,7% superior ao informado na semana passada, e as autoridades pesquisam outros 4.107 casos possíveis de microcefalia.
Estima-se que 120 bebês tenham morrido devido à má-formação, segundo o ministério.
Fonte: Yahoo!