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O transporte de cargas pelos rios Tietê e Paraná vem aumentando. A hidrovia é estratégica no escoamento de parte das safras do centro-oeste do país, e de São Paulo. Atualmente, esse é um dos mais importantes eixos logísticos do Brasil.
Para uma família de Iacanga (SP), são seis meses de colheita. Um vai e vem de máquinas e caminhões que não para até a safra terminar. Os irmãos Matheus e Henrique produzem cana em 1.500 hectares. Tudo é mecanizado, e a produção é levada direto para um porto que fica a 10km de distância.
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É pela hidrovia que a cana chega até a usina, que fica em Jaú (SP), e o transporte pelo Rio Tietê significa redução de custos. O porto funciona 24h por dia, em todos os dias da semana. A viagem dura cerca de 8h.
A própria usina gerencia a estrutura e os barcos. Em uma esteira, a cana sai do caminhão e segue para o rio. Cada comboio é formado por três barcaças e, no total, é possível transportar até 1,5 mil toneladas.
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A hidrovia Tietê-Paraná é um dos meios de transporte mais importantes para o agronegócio. É onde que boa parte da produção é escoada. Produtores de São Paulo e de outros estados, como os do Centro-Oeste do Brasil, são beneficiados.
Um levantamento da Secretaria do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) de SP mostrou que, no primeiro semestre deste ano, a quantidade de carga transportada pelo rio aumentou 5,8% em relação ao mesmo período do ano passado. No trecho paulista, as barcaças levaram principalmente soja (786.927 toneladas) e cana-de-açúcar (186.327 toneladas).
A hidrovia pode não ser um sistema de transporte tão conhecido como as rodovias, por exemplo, mas é muito importante e utilizada, principalmente quando se pensa em um grande volume de carga transportada.
As águas podem transportar toneladas de soja, milho e cana, utilizando uma quantidade muito menor de combustível. Isso traz um impacto para o meio ambiente, e é justamente essa questão da sustentabilidade que faz da hidrovia um dos sistemas mais vantajosos em todo o mundo.
Os sistemas não são “rivais” uns dos outros, eles se complementam. É o chamado “transporte intermodal”. Uma empresa de transporte e armazenamento de grãos utiliza deste método: a carga sai de Goiás (GO) e vai até Pederneiras (SP) pela hidrovia. Também é feito o transbordo para a linha férrea, com destino a Santos (SP).
Entretanto, não são todos os produtores próximos ao rio que preferem a hidrovia. Edgard Podoni, por exemplo, também planta cana. Em um pedaço de sua área, em Pederneiras, são 40 hectares e, até ano passado, 80% de toda a produção seguia para a usina pelo rio, mas agora ele fez outra escolha: priorizar o transporte pelas rodovias, e o tempo da viagem foi o principal motivo.
Fonte: G1