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Finalmente, após três semanas, o Corinthians contratou um novo técnico – Vítor Pereira. Como era o desejo da diretoria do clube, o técnico é português e com currículo respeitável, que traz títulos nacionais da Liga Portuguesa com o Porto, da Grécia com o Olympiacos e da China com o Shangai SIPG. Além disso, teve passagem por times do Egito, Turquia e Alemanha.
E, pelo que tem demonstrado pelos times em que passou, tem personalidade forte, não se curvando a elencos recheados de estrelas. Mas, o interessante é que não costuma utilizar rigidez tática. Suas equipes costumam utilizar posturas diferentes em campo, dependendo do adversário.
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De acordo com suas declarações, aparenta não ter amarras. Tem seu esquema preferido, mas promete alterá-lo ao longo das partidas, dependendo do comportamento de sua equipe e do adversário. Para o Corinthians acredito que será um mundo novo, pois historicamente vem sendo comandado por técnicos que seguem filosofias mais rígidas e voltadas para o conservadorismo.
Pelos seus trabalhos anteriores mostra que gosta de montar equipes com defesa organizada, mas sem deixar de valorizar as questões ofensivas. Utiliza de estratégias totalmente mutáveis que não permitem que seu esquema de jogo seja facilmente rotulado.
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Demonstra ser um treinador extremamente teórico, estudioso e conhecedor das nuances táticas do futebol, o que pode tornar seu esquema de jogo altamente complexo. Para os adversários pode se tornar um esquema difícil de neutralizar, mas para a equipe corintiana, também, será um grande desafio se adaptar a tais mutações.
Outra novidade para o Corinthians é que Vítor Pereira sempre trabalhou com jovens da base dos clubes e costuma montar as equipes mesclando jogadores experientes com os jovens talentosos. Como o elenco corintiano é majoritariamente formado por jogadores mais tarimbados, mas com menor potencial físico, os jovens deverão ter chances de se destacar e ajudar a equipe a se reerguer.
Os esquemas de Vítor Pereira, também, procuram valorizar a saída de bola pelo chão, com participação efetiva dos goleiros no início da construção dos lances ofensivos. Esse, poderá ser um ponto delicado, pois o goleiro Cássio, titular absoluto do Timão, não se mostra confortável em iniciar jogadas pelo chão.
Todo esse arcabouço teórico parece ser muito interessante e passível de produzir um time organizado coletivamente. Mas como, no futebol brasileiro, os trabalhos são norteados pela cultura dos resultados e sem muito tempo para treinar, Vítor Pereira terá o desafio de adaptar seus conceitos a esse ritmo frenético que o calendário esquizofrênico impõe.
Acredito que o Corinthians fez uma boa escolha, mas perdeu tempo precioso nessa busca por um novo comandante técnico. O processo de adaptação do elenco aos esquemas propostos será desafiador tanto para o elenco como para o novo técnico, porque o Corinthians tem praticamente um mês para estrear na fase de grupos da Libertadores.
Antes dessa estreia em abril, a sequência de jogos do Corinthians no Paulistão será relativamente complicada, com dois clássicos, contra o São Paulo e Palmeiras e outro confronto contra o Bragantino, que é líder de seu grupo e está apresentando desempenho linear.
Fonte: G1