21 de maio, 2025

Últimas:

Construção de prisão de segurança máxima na Amazônia reacende fantasmas do passado colonial

Anúncios

A decisão da França de construir uma ala de segurança máxima para traficantes e radicais islâmicos na Guiana Francesa, na Amazônia, provocou forte reação entre moradores e autoridades locais. A proposta remete a um passado doloroso da região, marcada pela lembrança da Ilha do Diabo — colônia penal onde foram enviados presos políticos como Alfred Dreyfus, acusado de vender informações secretas aos alemães.

A nova instalação, parte de um complexo prisional de US$ 450 milhões previsto para 2028, deve ser construída em Saint-Laurent-du-Maroni, na fronteira com o Suriname. Segundo o ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, 15 das 60 vagas da ala especial serão reservadas a detentos acusados de radicalismo islâmico e tráfico.

Anúncios

Imagens do projeto da prisão na Guiana Francesa. (Foto: Ministere De La Justice France)

Embora o projeto da prisão tenha sido anunciado ainda em 2017 como resposta à superlotação carcerária local, o anúncio recente da ala de segurança máxima pegou os representantes da Guiana de surpresa após ser confirmado pelo país no ultimo sábado. Para Jean-Paul Fereira, presidente interino do governo local, a decisão foi tomada “com desrespeito e sem diálogo”, relata a AP.

A crítica ecoa também no parlamento. O deputado Jean-Victor Castor classificou o plano como “um insulto à nossa história” e “uma provocação colonial”. Ele pede a suspensão imediata do projeto.

Anúncios

Mais do que uma controvérsia sobre segurança, o caso reacende debates sobre autonomia, colonialismo e o peso simbólico das decisões tomadas em Paris sobre um território que ainda lida com as cicatrizes do passado.

Até o momento, autoridades não falaram explicitamente sobre impactos ambientais relacionados à construção da prisão de segurança máxima em Saint-Laurent-du-Maroni. No entanto, considerando que a instalação será erguida em uma região remota da floresta amazônica, é plausível que haja preocupações ambientais associadas ao projeto e a necessidade de avaliações ambientais detalhadas, além de consultas com as comunidades afetadas.

Fonte: Um Só Planeta

Talvez te interesse

Últimas

Exigência de mapear estresse, assédio e sobrecarga mental nos ambientes corporativos passa a valer em maio de 2026, mas especialistas...

Categorias