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A agonia da torcida do Santos continuará até terça-feira, dia do jogo de volta das oitavas de final da Libertadores. Havia a expectativa de uma resolução nesta segunda, mas a Conmebol deverá anunciar o resultado do Caso Sánchez pela manhã, horas antes da partida marcada para as 19h30 (de Brasília), no Pacaembu.
O Santos, que havia apresentado uma defesa por escrito na última sexta, pôde reforçar os argumentos oralmente nesta segunda. A delegação santista no Paraguai teve o presidente José Carlos Peres, o diretor jurídico Rodrigo Gama e o advogado Mario Bittencourt – este último ganhou fama como “o advogado do Fluminense” no caso Héverton, em 2013, resultando no rebaixamento da Portuguesa no Campeonato Brasileiro.
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O jogo na Argentina terminou empatado em 0 a 0. Se a Conmebol punir o Santos, o placar passa a ser 3 a 0 para o Independiente – o que forçaria o Peixe a ganhar por quatro gols de diferença para passar direto às quartas de final.
Entenda o caso
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Quando ainda defendia o River Plate, em 2015, Carlos Sánchez foi expulso ao agredir um gandula na semifinal da Copa Sul-Americana contra o Huracán. Em dezembro daquele ano, o jogador uruguaio recebeu uma suspensão de três jogos e multa de US$ 3 mil.
De acordo com o Regulamento Disciplinar da Conmebol, a suspensão por partida teria que ser cumprida no torneio seguinte organizado pela entidade do qual Sánchez participasse, independentemente de ele ter trocado de clube.
Logo após aquela eliminação, Sánchez disputou o Mundial de Clubes de 2015 (organizado pela Fifa) e trocou o River Plate pelo Monterrey, do México, de onde saiu em julho deste para o Santos. A Libertadores deste ano é o primeiro torneio da Conmebol que ele disputa desde então.
Em 2016, quando completou 100 anos, a Conmebol anunciou uma anistia a clubes e atletas com punições pendentes. Então, Sánchez teve a pena reduzida para um jogo – que deveria ter sido cumprida justamente na última terça, em Independiente x Santos.
Como o clube se defendeu
O Santos se apoiou principalmente no sistema de registro de atletas utilizado pela Conmebol, o Comet, para se defender. O sistema registrava que Carlos Sánchez não tinha nenhum outro jogo de suspensão para cumprir – a pena teria sido extinta em maio deste ano.
Mas o artigo 11.8 do Regulamento abre uma brecha para transferir a responsabilidade aos clubes: ele diz que “as suspensões automáticas são denominadas assim porque operam sem necessidade de que a Unidade Disciplinar informe ao clube ou ao jogador processado sobre as mesmas”.
Por isso, como o GloboEsporte.com mostrou na quinta-feira, clubes brasileiros não confiam no sistema Comet. Dirigentes de time que disputam a Libertadores e a Sul-Americana afirmaram fazer consultas documentadas à Conmebol quando há dúvidas sobre as condições de jogadores.
Até mesmo o Santos, no ano passado, protocolou um pedido de esclarecimento à Conmebol para saber as condições de jogo de Caju, Vecchio e Alison. Neste ano, o Temuco foi punido por escalar um jogador irregular – o time chileno também culpou o Comet, mas não adiantou.
Na última sexta, o Santos também pediu à Conmebol que o caso de Sánchez fosse analisado da mesma forma que a entidade tratou um episódio semelhante do River Plate.
No dia anterior, a Conmebol anunciou que não abriria procedimento contra o clube argentino pela escalação irregular de Bruno Zucullini, que também tinha suspensões pendentes, mas atuou em sete partidas da Libertadores.
No caso do River, a entidade admitiu ter cometido um erro ao não informar o clube sobre a pena do atleta quando foi consultada formalmente em fevereiro.
Fonte: G1