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A constituição de uma vida saudável não é realizada somente enquanto estamos acordados: ter uma boa noite de sono, com duração em torno de 6 a 8 horas, é muito importante para repor as energias e processar os conhecimentos e as emoções do dia. Com o avanço das tecnologias no dia-a-dia das pessoas, aliado à inatividade física e ao aumento da obesidade, vários distúrbios do sono podem surgir ao longo do tempo.
Para sensibilizar a população sobre a importância do sono na saúde e no bem-estar, é celebrado, em 19 de março, o Dia Mundial do Sono, iniciativa da Associação Mundial de Medicina do Sono (WASM) e lembrado desde 2008 no Brasil. O Laboratório do Sono do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) coordena as ações de promoção de saúde sobre o tema em Botucatu e região.
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Segundo a coordenadora do Laboratório do Sono e gerente médica do Hospital Estadual Botucatu, Dr.ª Silke Anna Theresa Weber, há mais de 100 transtornos de sono cadastrados no Cadastro Internacional de Doenças (CID), com destaque para a apneia obstrutiva do sono (AOS) e a insônia, que possuem características distintas. “A AOS é mais comum no homem, obstruindo a via aérea durante o sono, levando a pausas respiratórias e prejudicando, dentre outros, o sistema imunológico e a capacidade de concentração e memorização. Já a insônia atinge principalmente as mulheres, sendo caracterizado pela sua manifestação ou por dificuldade de iniciar o sono, por interrupção do sono permanecendo períodos acordados, ou pelo despertar após um período de sono curto insuficiente, prejudicando o bem estar e a imunidade”.
Com a pandemia, a rotina de todas as pessoas foi altamente modificada e isto reflete também na qualidade do sono. O aumento do uso das tecnologias (celular, computadores, videogames) e a falta da pressão externa social dos horários de acordar e dormir contribuem para este cenário.
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De acordo com um estudo aplicado em profissionais de saúde, coordenado pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) e pela Associação Brasileira de Sono (ABS), 41% dos entrevistados apresentaram, durante a pandemia, novas queixas ou piora do quadro de insônia e, em 61%, houve um prejuízo na qualidade do sono. Já 13% iniciaram um tratamento medicamentoso para este distúrbio ao longo do enfrentamento da Covid-19. O aumento da ansiedade, a preocupação por perda de renda e a sobrecarga de trabalho foram apontados, neste mesmo estudo, como os fatores mais importantes relacionados à insônia, comentados pelos entrevistados.
Dr.ª Silke aponta que a apneia obstrutiva do sono é considerado um fator de risco independente para o agravamento do novo coronavírus, por conta das consequências das pausas respiratórias relacionadas aos distúrbios. “Da mesma forma que precisamos promover hábitos saudáveis de vida, como atividade física, alimentação balanceada e o cuidado com a mente, também é importante cuidar do sono, tendo hábitos que favoreçam um momento tranquilo de descanso”, finaliza.