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Um comerciante de 41 anos morreu baleado por um policial militar na madrugada deste sábado (21) após ser confundido com um assaltante em Barretos (SP). Segundo o boletim de ocorrência, Ricardo da Costa (foto) atirou por engano contra o PM ao pensar que ele era um dos ladrões que havia acabado de assaltá-lo na porta da pastelaria da família.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o caso. A Corregedoria acompanha.
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Em nota, a Polícia Militar informou que o policial revidou a ação e que o comerciante atirou mesmo após identificação dos agentes envolvidos.
A família de Costa, no entanto, contesta a versão de que ele foi alertado sobre a presença da polícia no local.
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Troca de tiros após engano
Segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi informada de um roubo a um estabelecimento comercial na Avenida Professor Fausto Alex, no bairro Jardim Aeroporto. De acordo com a denúncia, os ladrões teriam fugido na caminhonete das vítimas e seguido até uma casa no bairro Paulo Prata.
Ao chegarem ao endereço, os policiais ouviram gritos e o choro de crianças. Eles desconfiaram que a família era feita refém e subiram no muro da residência para observar o interior. De acordo com o registro, um policial alertou sobre a presença da polícia e perguntou se estavam todos bem.
Neste momento, um homem disparou cinco tiros de dentro da casa em direção aos PMs. O policial revidou, fez um disparo e o tiro acertou a cabeça do homem. Após atingi-lo, os policiais descobriram que tratava-se do dono da pastelaria roubada antes, e não de um dos ladrões. Ricardo da Costa morreu na hora.
A perícia foi chamada ao local e constatou que seis tiros foram disparados de dentro da casa. A arma calibre 380 usada por Costa foi apreendida e pertencia ao pai dele. A pistola do policial, de calibre ponto 40, também foi apreendida. Foram colhidas amostras nas mãos do PM e do comerciante para exame residuográfico.
Depoimento
Levada à delegacia para prestar depoimento, a mulher de Ricardo contou à Polícia Civil que o casal havia sido roubado, por volta das 23h30 de sexta-feira (20), quando fechava a pastelaria da família.
Segundo a comerciante, dois homens chegaram de moto e apontaram uma arma para o casal. Eles roubaram celulares, R$ 2,3 mil em dinheiro, documentos e fugiram no veículo. Em seguida, a mulher e o marido seguiram na caminhonete deles para casa.
De acordo com a mulher, quando o casal já estava na residência, ela percebeu que havia um homem de moto na esquina e acreditou que os ladrões tinham seguido os dois. Após avisar o marido, Costa pediu às filhas que se escondessem no banheiro, pegou a arma no quarto e atirou em direção a uma pessoa que estava em cima do muro.
Segundo ela, dois disparos falharam, mas acredita que outros três foram feitos. Em seguida, ela disse que ouviu novo disparo e que o marido caiu. A comerciante correu para o banheiro para se juntar às filhas e ficou trancada até que os policiais conseguiram entrar na casa.
Procurada, a Polícia Militar informou que o policial atirou “com receio de que as vítimas ou a própria equipe policial fossem atingidas”.
“Fatidicamente, o homem alvejado era o proprietário da residência, o qual, mesmo com a identificação verbal dos militares, alertando que era a “Polícia”, ainda achou que pudessem ser os marginais que o haviam roubado anteriormente”, informou, em nota.
Fonte: G1