29 março, 2024

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Comandante da PM afasta policial após ele apreender carro de vereadora em Marília; ouça o áudio

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Um policial militar foi afastado depois de guinchar o carro de uma vereadora de Marília (SP) que estava com o licenciamento vencido e os pneus gastos, segundo ele. A ocorrência aconteceu no domingo (16), mas ganhou repercussão na cidade nesta sexta-feira (21).

De acordo com o que a TV TEM apurou, a situação aconteceu depois que a vereadora Daniela D’Avila Alves, conhecida como Professora Daniela (PL), ligou para a tenente-coronel Márcia Crystal pedindo para que o policial não guinchasse o seu carro, que estava com a filha dela no momento da apreensão.

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Em seguida, a oficial da PM ligou para o policial que guinchou o veículo e disse que ele deveria ter “bom senso” ao exercer suas funções ou seria transferido.

Ouça abaixo.

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A conversa viralizou na internet e causou polêmica.

Conversa no telefone

Na ligação, a tenente-coronel afirma que o policial pode ser transferido do setor  — Foto: TV TEM/Reprodução
Na ligação, a tenente-coronel afirma que o policial pode ser transferido do setor (Fotos: TV TEM/Reprodução)

Na ligação, o policial explica que estava na Avenida Cascata fazendo a autuação de um veículo quando a filha da vereadora passou pelo local.

Depois de consultar no sistema, ele diz que constatou que o carro não tinha licenciamento e abordou a filha da vereadora na Rua Carlos Botelho. O policial informou, no áudio, que deu a oportunidade para que ela fizesse o pagamento via aplicativo, mas a jovem e o pai, que chegou ao local mais tarde, teriam dito que não tinham condições.

Além do licenciamento vencido, o policial conta que decidiu guinchar o carro porque ele estava com os pneus dianteiros gastos, o que estaria comprometendo a segurança no trânsito.

Depois de ouvir a história, a tenente-coronel pede para que o policial não fique “tumultuando” e diz que ele deveria ter apenas feito a orientação, sem apreender o carro.

“Porque isso daí é falta de bom senso, tá? Ela é vereadora. É, é, a condição, você pode muito bem estar fazendo e orientando, tá? E aí segunda-feira, ela pegaria o documento e não precisa apreender o veículo”, explica no áudio.

Em seguida, a tenente-coronel ameaça trocar o policial de setor se ele continuar agindo dessa maneira, já que ele teria desobedecido uma ordem superior.

“Se for desse jeito é o que eu to falando, você não vai estar mais segunda-feira no trânsito (…) porque essa aqui é uma ordem minha, você vai responder também”, continua a tenente coronel.

“Comandante, a senhora está falando isso, não estou descumprindo a ordem da senhora. A hora que a senhora me ligou eu estava no telefone com ela e o veículo já estava em cima do guincho. O veículo foi removido, mas segunda-feira eu converso com a senhora ”, responde o policial.

A conversa continua por mais alguns segundos e a tenente-coronel repete que o policial de trânsito deveria ter tido bom senso ao analisar a situação, já que a mulher é vereadora.

“Porque você pura e simplesmente está fazendo algo que era desnecessário, infelizmente a gente tem esse tipo de contato dessa forma, você não ouviu as orientações que foram dadas, tá? Quem trabalha no trânsito tem que ter jogo de cintura e bom senso”, continua a tenente-coronel.

“Olha o que você tá causando, porque politicamente ela é vereadora. Não teve nem uma conversa, o que você está achando que você é?”, questiona no áudio.

A Professora Daniela se manifestou por meio de nota. Ela esclareceu que, “em nenhum momento seu telefonema para a comandante tenente-coronel Márcia Crystal teve o objetivo de praticar tráfico de influência” e que foi apenas para ver se havia a possibilidade de não ter o veículo apreendido.

Disse também que “não houve nenhuma indagação para que o referido militar fosse punido ao exercer suas funções” e que ficou preocupada com a filha. Além disso, informou que os pneus não estavam gastos.

Por fim, afirmou que concorda com os procedimentos determinados pela legislação de trânsito e que “vai tomar as atitudes jurídicas para o caso, prezando pela verdade e justiça”.

Posição da polícia

Em nota, o Comando do Policiamento do Interior da região de Bauru (CPI-4), ao qual é subordinado o Batalhão de Marília, informou que está apurando todas as circunstâncias relativas ao fato.

Segundo o CPI-4, o policial que efetuou a apreensão estava matriculado em um curso de especialização na área de policiamento de trânsito, em São Paulo, desde março, que foi suspenso por causa da pandemia de coronavírus e reagendado para o dia 24 de agosto.

Por isso, conforme informou o CPI-4, o policial não vai trabalhar em Marília até concluir o curso em setembro.

Também em nota, o presidente da Câmara de Marília, vereador Marcos Rezende (PSD), afirmou que o episódio refere-se a “assunto privado da vida da Professora Daniela e da esfera administrativa do órgão de Segurança Pública”. Segundo Rezende, “esta Presidência só se posicionará se houver alguma manifestação ou provocação externa, com pedido de providência”.

A TV TEM entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Fonte: G1

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