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Parceria com a Unesp e a Fapesp garante aumento de 17% na geração do adubo Sabesfértil, criado a partir do lodo tratado na ETE Lageado
Um projeto inovador desenvolvido em Botucatu está ganhando destaque estadual por transformar resíduos do esgoto em solução para a agricultura. A Sabesp ampliou em 17% a capacidade de produção de fertilizante orgânico feito a partir do lodo gerado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Lageado, localizada no campus da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp.
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Batizado de Sabesfértil, o fertilizante é resultado de uma parceria entre a Sabesp, a Unesp e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A unidade em Botucatu, que já produzia cerca de 600 toneladas do composto por lote a cada 45 a 60 dias, passou a receber resíduos das ETEs de Águas de São Pedro, Conchas e Dourado. Com isso, a produção saltou para 700 toneladas por ciclo.
A infraestrutura foi premiada com selo verde de sustentabilidade ambiental e se tornou referência para futuras implantações da tecnologia em outras regiões do Estado. O fertilizante é utilizado nas plantações da própria Unesp, em áreas verdes do campus e tem aplicação permitida em diversos tipos de cultura, com exceção de hortaliças, pastagens e alimentos em que a parte comestível entra em contato direto com o solo.
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A diretora de Tratamento de Esgoto da Sabesp, Ivana Vidal, afirma que o projeto representa o compromisso da companhia com práticas sustentáveis. “Trata-se de um modelo que alia inovação e respeito ao meio ambiente. Estamos realizando estudos para expandir essa tecnologia a outras unidades operacionais no Estado”, afirmou.
O Sabesfértil é rico em matéria orgânica e nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio, além de ter propriedades que favorecem a estrutura do solo, como retenção de água e troca catiônica. O processo de compostagem elimina organismos patogênicos e estimula a ação de microrganismos benéficos, promovendo a regeneração natural do solo.
A pesquisa científica que fundamenta o projeto foi liderada pelo professor Roberto Lyra Villas-Bôas, da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, que destaca a elevação da temperatura do material bruto durante a compostagem — que pode atingir até 80°C — como fator crucial para higienização e estabilização do fertilizante.
“O Sabesfértil representa mais do que um fertilizante: é um símbolo do potencial transformador da nossa atuação. Ao conectar ciência, inovação e cuidado com a terra, mostramos como gerar valor a partir de resíduos”, destacou a diretora de Sustentabilidade da Sabesp, Rachel Sampaio.
O produto é armazenado em lotes, submetido a análises de qualidade e, após aprovação, liberado para uso agrícola. O fertilizante encontra-se devidamente registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.