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O Canal do Panamá, uma das rotas comerciais mais movimentadas do mundo, vem sofrendo com uma redução drástica no seu volume de água em função do El Niño e da crise climática que afeta o regime de chuvas na região. Ao contrário de outras rotas marítimas famosas, como Canal de Suez, o Canal do Panamá opera com água doce, o que o torna mais vulnerável às intempéries.
Desde o início do ano, as operações têm ocorrido com restrições, o que já afetou em menor ou maior grau mais de 100 países e uma variedade de mercadorias – de soja e carne bovina brasileiras ao gás natural liquefeito dos Estados Unidos e o cobre do Chile. Na semana passada, houve até um congestionamento envolvendo duas centenas de embarcações para cruzar o canal que liga os oceanos Atlântico e Pacífico.
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A Autoridade do Canal do Panamá (ACP), que administra a hidrovia, introduziu restrições ao número de embarcações em trânsito: se antes passavam por ali cerca de 40 embarcações diariamente, agora transitam no máximo 32. No final de semana, o órgão afirmou que as restrições, previstas para terminar em agosto, deverão permanecer por pelo menos 10 meses, segundo a Reuters.
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A previsão preocupa. Especialistas temem que o fenômeno da seca possa se tornar o “novo normal” no curso que movimenta 6% do comércio marítimo global, com impactos para a logística comercial e dificuldade no controle da inflação, principalmente no preço de alimentos.
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Vice-administradora da autoridade, Ilya Espino recomendou aos proprietários de navios que desejam usar o canal que façam reservas com bastante antecedência para evitar atrasos, tendo em vista que estamos nos aproximando da temporada e festividades de fim de ano, como o Natal.
“Atualmente estamos vendo um aumento nas chegadas. É alta temporada, pois dezembro se aproxima, então as mercadorias para o Natal estão circulando”, disse. Há temor também quanto à mudança de estações. “Alguns clientes nos procuraram porque o inverno na Ásia está chegando e os produtos energéticos começarão a aumentar o tráfego novamente. Eles estão um pouco preocupados com as filas”, explicou.
Diante dos congestionamentos, proprietários de carga têm estudado a viabilidade de outras alternativas, como o Estreito de Magalhães, passagem no extremo da América do Sul entre o continente e o arquipélago da Terra do Fogo.
Fonte: Um Só Planeta