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Soldados israelenses mataram uma palestina nesta sexta-feira durante confrontos perto da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, de acordo com uma autoridade dos serviços de saúde do enclave palestino. Razan al-Najjar (foto), de 21 anos, foi atingida por um disparo a leste de Khan Yunis, numa região onde há semanas ocorrem manifestações de palestinos chamadas de “Grande Marcha de Retorno”, em ocasião dos 70 anos da Guerra árabe-israelense de 1948, quando centenas de milhares de palestinos deixaram suas casas e tornaram-se refugiados.
Razan trabalhava como voluntária para o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza e vestia o uniforme branco que identifica as equipes médicas na região. Um porta-voz do Exército israelense indicou que há uma investigação em curso sobre a sua morte. A organização Jewish Voice For Peace publicou uma foto da jovem, e imagens da AFP mostraram os colegas de Razan de luto ao receberem a notícia da sua morte.
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Desde o início do movimento de protesto palestino em 30 de março, os soldados israelenses mataram 123 palestinos. Israel vem sofrendo questionamentos da comunidade internacional e pedidos de investigação independente pela ONU e União Europeia sobre sua reação à manifestação no enclave palestino por suposto uso excessivo de força.
Em um comunicado, o Exército disse que milhares de manifestantes reunidos em cinco pontos ao longo da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel estavam queimando pneus e tentando danificar infraestruturas de segurança. Foram registrados disparos contra um veículo militar israelense, enquanto um palestino atravessou a fronteira, colocou uma granada e voltou ao lado palestino, ainda de acordo com Israel.
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Os braços armados do Hamas — rede de grupos islâmicos de diferentes graus de radicalismo que governa a Faixa de Gaza — e da Jihad Islâmica reivindicaram o lançamento de dezenas de projéteis contra Israel na terça-feira, em reposta, segundo os movimentos palestinos, a ataques do Exército israelense contra suas posições. Uma dessas investidas matou três integrantes da Jihad Islâmica no domingo. De acordo com o Exército, mais de 70 foguetes e morteiros foram lançados da Faixa de Gaza contra Israel, mas vários foram derrubados pelos sistemas de defesa aérea. Três soldados israelenses ficaram levemente feridos e não houve vítimas palestinas.
Na quarta-feira, Israel bombardeou 25 postos militares vinculados ao Hamas, incluindo fábricas de foguetes, refúgios de drones e “infraestruturas militares”.
A escalada de tensões na terça-feira, após semanas de violência na fronteira entre Israel e Gaza, ressuscitou o fantasma de um novo conflito no território, cenário de três guerras desde 2008. Israel e Hamas, com seus aliados, observam desde 2014 um cessar-fogo que é desafiado regularmente.
Diplomatas e analistas afirmam que o isolamento de Gaza pelo bloqueio israelense e egípcio, a crise econômica e a ausência de um horizonte político desestabilizam a situação. O governo dos Estados Unidos, aliado de Israel, denunciou os disparos palestinos “contra instalações civis” e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira.
Fonte: Yahoo!