03 de março, 2025

Últimas:

Colapso das correntes marítimas do Atlântico é improvável neste século, conclui novo estudo

Anúncios

É pouco provável que as correntes vitais do Oceano Atlântico entrem completamente em colapso ainda neste século, de acordo com um novo estudo publicado

A circulação meridional de viragem do Atlântico (Amoc, na sigla em inglês) é um sistema de correntes que desempenha um papel crucial no clima global. No entanto, a crise climática está enfraquecendo este sistema complexo de correntes marítimas e há anos cientistas investigam se, e quando, a Amoc pode colapsar.

Anúncios

Apesar da boa notícia, os pesquisadores ressaltam que um enfraquecimento grave continua a ser provável e ainda teria impactos desastrosos sobre bilhões de pessoas. Isso porque estudos baseados em medições oceânicas já indicaram antes que a Amoc está se tornarndo instável e se aproximando de um “ponto de ruptura”. O estudo do Met Office é importante porque utiliza modelos climáticos para revelar a razão pela qual a Amoc é mais estável do que se pensava: os ventos no Oceano Antártico continuam a puxar água para a superfície e a impulsionar todo o sistema, apesar de seu enfraquecimento.

“Descobrimos que é muito provável que a Amoc enfraqueça bastante com o aquecimento global, mas é pouco provável que entre em colapso neste século”, disse ao The Guardian o Dr. Jonathan Baker, do Met Office do Reino Unido, que liderou a pesquisa. “É claro que improvável não significa impossível. Ainda há uma hipótese de a Amoc entrar em colapso [neste século], por isso ainda precisamos reduzir urgentemente as emissões de gases de efeito estufa. E mesmo um colapso no próximo século causaria impactos devastadores para o clima e a sociedade.”

Anúncios

Um colapso da Amoc teria consequências desastrosas em todo o mundo, perturbando gravemente as chuvas das quais bilhões de pessoas dependem para se alimentar na Índia, na América do Sul e na África Ocidental.

O AMOC é um sistema de correntes oceânicas que circula a água no Oceano Atlântico, trazendo água quente para o norte e água fria para o sul. (Foto: NOAA)

O professor Niklas Boers, do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK), na Alemanha, ressalta que o estudo proporcionou uma melhoria substancial na compreensão da Amoc. “Mesmo um enfraquecimento que não seja devido a um ponto de inflexão poderia ter impactos igualmente graves, por exemplo, nas chuvas tropicais”, disse ele. “Poderíamos até dizer que, no curto prazo, não importa realmente se temos um forte enfraquecimento, digamos 80%, ou um colapso.”

O sistema Amoc leva água quente e salgada para o norte, em direção ao Ártico, onde esfria, afunda e flui de volta para o sul do planeta. O aquecimento global, no entanto, aumenta a temperatura da água do oceano e o derretimento da calota polar da Gronelândia, que “inunda” essa região do Oceano Atlântico com água doce, que é menos densa, reduzindo o processo afundamento e retardando as correntes.

Fonte: Um Só Planeta

Talvez te interesse

Últimas

Com a indústria do aço em evidência no início de 2025, a Hoff Analytics destaca o papel da Big Data...

Categorias