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Cientistas e líderes tecnológicos de todo o mundo pediram ontem (21), na Conferência Conjunta Internacional sobre Inteligência Artificial, realizada em Melbourne, na Austrália, que o desenvolvimento de armas usando inteligência artificial fosse interrompido pois “uma vez que esta caixa de Pandora for aberta, será difícil de fechar.” A informação é da agênciaXinhua
Numa carta aberta às Nações Unidas (ONU), os cientistas e líderes empresariais presentes ao evento pediram a proibição do uso de armas autônomas letais ou “robôs assassinos”, assim como armas químicas e biológicas no campo de batalha.
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A Conferência Conjunta Internacional sobre Inteligência Artificial (IA), que teve sua primeira edição em 1969, reuniu nesta edição especialistas de renome internacional, como Toby Walsh, professor de IA na Universidade de New South Wales (Austrália), o empresário Elon Musk, da Tesla e SpaceX, e o executivo James Chow, da Ubtech, empresa de robótica baseada na China.
Preocupação global
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Assinado por muitas das principais mentes relacionadas à IA do mundo, a carta foi encabeçada por Walsh, que recentemente disse à Xinhua que está preocupado com o que ele sente ser uma “corrida armamentista” que ocorre em torno do mundo.
“Estou muito preocupado com o impacto que a autonomia (robótica) terá nos campos de batalha. Há uma corrida de armamentos desse tipo acontecendo hoje, que você pode ver no Exército dos EUA, nas Forças Armadas do Reino Unido, no Exército russo, é basicamente uma corrida armamentista, Acabaremos em um mundo muito perigoso e desestabilizado se nos permitirmos lutar a guerra com esses tipos de armas,” alertou Walsh.
O professor da Universidade de New South Wales e seus coordenadores estão pedindo que as Nações Unidas intercedam e proíbam armas autônomas. Ele disse que já houve algum movimento positivo da ONU nesse sentido, esperando que esta carta estimule ainda mais ações.
Uma das maiores preocupações dos líderes tecnológicos é que um Estado desonesto, ou regime tirânico, seja capaz de usar essas armas para reprimir sua população. “É certamente uma preocupação que eu tenho, de estes robôs autônomos de guerra serem utilizados para submeter uma nação inteira, e será muito mais fácil do que costumava ser,” disse Walsh.
O problema com a tecnologia autônoma é, de acordo com Walsh, o fato de que possui um duplo uso, o que significa que exatamente os mesmos processos que são realizados por criações artificiais benéficas também são usados nos armamentos inteligentes.
Walsh disse que, embora seja importante que continuemos a desenvolver essa tecnologia, já que os benefícios para toda a humanidade serão aparentemente infinitos, os controles e os equilíbrios devem ser acordados para garantir que a segurança das pessoas em todo o mundo seja considerada primordial.
Fonte: Agência Brasil