28 de novembro, 2024

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Cientistas acham 28 novos gêneros de vírus em geleira de 15 mil anos entre China e Tibet

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Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio, da Universidade de Nebraska e do Laboratório Nacional de Lawrence Berkeley, dos Estados Unidos, descobriram a existência de diversos grupos antigos de vírus em amostras da calota de gelo de Guliya, na parte chinesa do planalto tibetano.

Os primeiros fragmentos do material foram coletados em 1992, quando a idade do gelo foi estimada em aproximadamente 15 mil anos. Algumas amostras foram armazenadas em um refrigerador para, em análises futuras, descobrir que tipo de microrganismos poderiam estar confinados no núcleo da geleira. Mais tarde, em 2015, mais porções da mesma geleira foram coletadas por um outro grupo, e também tiveram a geladeira como destino final.

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Agora, em artigo publicado na bioRxiv, cientistas finalmente analisaram as amostras, que datam de 520 a 15 mil anos, e compartilharam suas descobertas sobre os fragmentos. Em uma análise cuidadosa, os pesquisadores encontraram 33 gêneros de vírus incrustados no gelo, sendo que 28 deles não eram conhecidos pela ciência até então. Cada amostra tem uma combinação particular desses microrganismos, apontando que, apesar de terem sido retirados da mesma geleira, os fragmentos testemunharam climas e tempos diferentes.

Segundo os pesquisadores, esse tipo de estudo é muito importante nos dias de hoje, já o aquecimento global provoca o derretimento de geleiras que, por sua vez, tem o potencial de liberar novos microrganismos (inclusive vírus) desconhecidos no nosso ecossitema.

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Enxugando gelo

Na época em que as duas equipes coletaram originalmente os pedaços de gelo, elas não asseguraram que os equipamentos de extração estivessem livres de contaminação, o que deu um pouco de trabalho para os cientistas que finalmente analisaram o material.

Eles tiveram que garantir que qualquer contaminação da coleta fosse removida e que, no caminho, eles não contaminassem o material novamente. Para isso, os pesquisadores trabalharam em um freezer e cortam parte da camada externa das amostras. Depois, elas foram “banhadas” com etanol para derreter cinco milímetros de gelo. Em seguidas, elas foram novamente lavadas com água esterelizada para derreter mais cinco milímetros. Com isso e algumas amostras testadas, o gelo que restou ficou apto para análises e livre de qualquer contaminação que pudesse prejudicar a pesquisa.

O resultado representa uma significativa contribuição para a ciência. Segundo os pesquisadores, esse tipo de estudo é muito importante nos dias de hoje, já o aquecimento global provoca o derretimento de geleiras que, por sua vez, tem o potencial de liberar novos microrganismos (inclusive vírus) desconhecidos no nosso ecossitema.

“Geleiras ao redor do mundo estão diminuindo rapidamente, primeiramente por causa aquecimento do sistema atmosférico-oceânico da Terra acentuado pelos humanos, e isso irá libertar micróbios e vírus glaciais que estiveram presos e preservados por dezenas e centenas de milhares de anos”, diz o estudo.

Fonte: Galileu

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