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Dezenas de milhões de pessoas foram afetadas pelas chuvas mais intensas em três décadas no Paquistão. Desde junho, mais de 1.100 pessoas morreram, um terço do país foi inundado e há prejuízos bilionários.
Os trabalhos de emergência para resgatar se intensificaram nesta terça-feira (30) no Paquistão para tentar ajudar os afetados pelas enchentes.
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As autoridades e organizações humanitárias tentam acelerar a entrega de ajuda às mais de 33 milhões de pessoas afetadas, um em cada sete paquistaneses, mas a tarefa é complexa devido aos danos nas rodovias e pontes.
O número de vítimas pode ser ainda maior, porque as autoridades não conseguem chegar a vilarejos isolados nas zonas montanhosas do norte do país. E no sul, o rio Indo, o mais importante do país, pode transbordar.
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No sul e oeste do país, as pessoas desabrigadas procuram refúgio nas estradas e ferrovias elevadas para escapar das inundações.
A pior enchente da história, diz primeiro-ministro
O primeiro-ministro Shehbaz Sharif afirmou que essas são as piores inundações da história do Paquistão. “Os danos causados a nossas infraestruturas são importantes e se estendem a todo o país”, disse ele.
O ministro do Planejamento, Ahsan Iqbal, afirmou que o país precisa de mais de US$ 10 bilhões (R$ 51 bilhões) para reconstruir as infraestruturas afetadas. “Houve grandes danos, em particular nas áreas de telecomunicações, estradas, agricultura e meios de subsistência”, disse.
Mudança climática
A temporada de monções, que vai de junho a setembro, é importante para irrigar as plantações e para reabastecer os recursos hídricos do subcontinente indiano, mas também causa destruição e tragédias a cada ano, embora o país não registrasse chuvas tão intensas há três décadas.
O governo paquistanês atribui os fenômenos extremos à mudança climática e afirma que o país sofre as consequências das práticas irresponsáveis com o meio ambiente de outras regiões do mundo.
Um terço do Paquistão está atualmente “debaixo d’água”, disse a ministra de Mudança Climática, Sherry Rehman, que citou uma crise de proporções inimagináveis. “Tudo é um grande oceano, não há um lugar seco por onde bombear a água.”
Crise prévia
De acordo com o serviço meteorológico, o Paquistão registrou o dobro de chuvas do que era esperado.
Nas províncias de Baluchistão e Sindh, as mais afetadas no sul do país, as chuvas foram quatro vezes superiores à média dos 30 anos anteriores.
As inundações acontecem em um momento de grave crise econômica do Paquistão.
A ONU e o governo paquistanês, que decretou estado de emergência, fizeram um apelo pela arrecadação de US$ 160 milhões (R$ 820 milhões) para financiar a ajuda de emergência.
O plano, previsto para os próximos seis meses, proporcionará serviços básicos (saúde, alimentos, água potável e abrigos) para as 5,2 milhões de pessoas mais afetadas.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou na segunda-feira a reativação de um programa de apoio financeiro vital para o Paquistão e a liberação de um pacote de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,64 bilhões).
Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira um primeiro envio de ajuda humanitária de US$ 30 milhões (R$ 153 milhões). Aviões com assistência começaram a chegar de China, Turquia e Emirados Árabes Unidos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, viajará ao país na próxima semana para visitar “as áreas mais afetadas por esta catástrofe climática sem precedentes”, afirmou seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
Os preços de produtos básicos, incluindo cebola, tomate e grão-de-bico, dispararam pela falta de abastecimento nas províncias inundadas de Sindh e Punjab, os celeiros do país.
Por todo o país surgiram campos de deslocados improvisados em escolas, rodovias e bases militares.
No vilarejo de Nowshera, uma escola virou abrigo para 2.500 vítimas, afetadas pelo calor do verão e com pouca água e comida.
Fonte: Yahoo!