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Em 2024, o Brasil teve 251 mortes devido às chuvas, tornando-se o quarto ano mais letal em três décadas (desde 1991). Além disso, quase um milhão de pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas, marca inferior apenas à de 2009. Mudanças climáticas e falta de prevenção estão entre as principais causas dos desastres. Os dados de 2024 são do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) e foram compilados pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Segundo notícia da agência de notícias DW, publicada no portal G1 nesta sexta-feira (31), a maioria das vítimas foi no Rio Grande do Sul, que concentrou 70% dos óbitos. Quase 800 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas, com o estado gaúcho também liderando nesse aspecto.
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Impulsionado pelas mudanças climáticas causadas pela ação humana, 2024 foi o ano mais quente já registrado no planeta. O El Niño também contribuiu para as fortes chuvas no Sul. No entanto, o evento foi intensificado pela ausência de estratégias de adaptação, o que aumentou o impacto. Cientistas destacam que a probabilidade de desastres como esse aumentou devido ao aquecimento global.
Em termos econômicos, os prejuízos somaram R$ 9,2 bilhões , valor que poderia ser melhor investido em medidas preventivas, como obras de estabilização de encostas, canalização de córregos, desassoreamento e limpeza dos rios e aperfeiçoamento e manutenção dos sistemas de drenagem, e também em Defesa Civil, segundo especialistas ouvidos pela reportagem.
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Soluções baseadas na natureza, como a preservação de manguezais e matas ciliares, também são consideradas eficazes e de baixo custo.
O ano de 2024 também foi o mais crítico em termos de alertas para desastres, com 2.620 avisos emitidos. Para 2025, o cenário continua preocupante, com chuvas já causando mortes e danos em vários estados. A resposta política ainda é insuficiente, especialmente no que diz respeito a soluções naturais, que são muitas vezes ignoradas em favor de grandes obras.
No o relatório When Risks Become Reality: Extreme Weather in 2024, do World Weather Attribution (WWA), uma rede de cientistas deixa claro que são urgentes medidas ambiciosas de mitigação e adaptação. Mitigar é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, enquanto se adaptar significa criar ações e estratégias para evitar e minimizar os impactos dos eventos extremos.
O documento do WWA mostrou que as mudanças climáticas dobraram a chance de ocorrência do desastre.
Fonte: Um Só Planeta – Foto: Carlos Macedo/Bloomberg