11 de janeiro, 2025

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Chuva deixa feijão e arroz mais caros na região de Botucatu

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Pelo menos dois itens básicos que costumam estar presentes todos os dias no prato de muitas famílias estão mais caros devido às persistentes chuvas que prejudicaram as plantações. Em apenas um mês e meio, o feijão sofreu elevação de cerca de 100% e o arroz, de aproximadamente 36% na região de Botucatu.

Segundo pesquisa informal realizada pelo JC de Bauru, o quilo do feijão carioca, o mais consumido pelos brasileiros, está sendo comercializado nas gôndolas de supermercados a R$ 12,00, em média. Entre o final de abril e início de maio, o valor não passava de R$ 6,00. Já o saco com cinco quilos de arroz, que custava por volta de R$ 11,00, passou a R$ 15,00.

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Presidente do Sindicato Rural de Bauru e Região, Maurício Lima Verde explica que o feijão e o arroz são muito sensíveis à ação do tempo. Com as chuvas que atingiram as plantações por dias sem trégua, os grãos não resistiram e o pouco que pôde ser aproveitado não teve a qualidade esperada.

“Com o excesso de chuva fora de hora, surgem fungos e o feijão apodrece no pé. Já o arroz sofre alteração na florada. Com menor volume de mercadoria, prevalece a lei da oferta e procura. Os preços subiram e podem subir mais ainda”, comenta ele, salientando que o Estado é abastecido principalmente por produtores de feijão em Avaré e Itaí e pelo arroz vindo de Goiás, Mato Grosso e da agricultura familiar de propriedades rurais paulistas. Na região de Bauru, por exemplo, produtores de Botucatu tiveram prejuízo em razão do tempo.

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Lima Verde ressalta que o ciclo de produção de algumas variedades de feijão é de ao menos três meses e do arroz, mais longo, de cinco meses. Por este motivo, dificilmente os preços ao consumidor irão baixar antes deste intervalo.

Mais aumento

A expectativa é confirmada pelo supervisor e gestor de compras de uma rede supermercadista da cidade, Luciano Domingos Carrasco. “Não estamos repassando todo o aumento, porque há um limite que o consumidor aceita pagar. Mas os preços ainda devem subir. Até o final do ano, não há perspectiva de voltarmos aos valores de abril”, adianta.

Carrasco afirma que, em razão da alta, a venda do feijão carioca e do bolinha já registrou redução de aproximadamente 30% nas últimas semanas. Em substituição, boa parte dos consumidores, como a autônoma Viviane Aparecida Bigue, 44 anos, tem optado pelo feijão preto.

“O estoque que tinha em casa acabou e, hoje (nessa segunda), comprei três quilos do preto, que está custando menos da metade do preço. Tem o fradinho, que está bem mais em conta também. Enquanto não abaixar, a família vai ter de acostumar com outras opções”, pontua.

Já o agente de segurança José Maurício Sartori, 45 anos, preferiu levar um quilo do carioca e outro do preto, como forma de minimizar o impacto no bolso. “Mas o arroz não tem jeito de trocar ou ficar sem. A gente tem de arcar com o prejuízo”, lamenta.

Hortifrúti

Além de prejudicar as plantações de arroz e feijão, as chuvas também castigaram a produção de hortaliças, o que já provocou elevação de preços destas mercadorias nos supermercados. Segundo Fernando Teles Basílio, coordenador do setor de hortifrúti de uma rede supermercadista de Bauru, a alface, por exemplo, sofreu alta de 100%. O maço, que custava R$ 2,99 há duas semanas, é vendido, hoje em dia, por R$ 5,99.

Batata e abobrinha

Outro item que teve o preço influenciado pelo tempo foi a batata, cujo quilo custava cerca de R$ 2,40 há um mês e, agora, não sai por menos de R$ 5,99. A abobrinha também ficou mais cara, passando de R$ 2,99 para R$ 5,59.

Nutricionista dá dicas de substituições saudáveis

Para a nutricionista Eliane Petean Arena, a alta do preço do feijão e do arroz é uma oportunidade para o brasileiro testar novos sabores. A profissional ensina que, no lugar do grão branco, é possível utilizar batata-doce, mandioca, mandioquinha, cará e inhame.
Já o feijão pode ser substituído por ervilha, lentilha, grão-de-bico, quinoa real em grão ou em flocos. “A quinoa, que pode ser feita refogada, possui uma quantidade maior de aminoácidos essenciais, com a vantagem, ainda, de não fermentar depois de ingerida, como acontece com o feijão”, pontua, salientando que as opções para o arroz também são mais saudáveis.

“São alimentos com índice glicêmico mais baixo, o que faz com que a pessoa fique por mais tempo sem fome, ingerindo a mesma quantidade de calorias. O ideal é que as pessoas pudessem ter uma variedade maior na sua alimentação e esse é uma bom momento para começar”, completa.

Fonte: JCnet

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