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Uma chuva de meteoros promete enfeitar o céu na região neste fim de semana. Trata-se da Líridas, que ocorre quando a Terra atravessa o rastro de poeira deixado pelo Cometa Thatcher (C/1861 G1).
O fenômeno começou no dia 15 de abril e segue até o dia 29 deste mês. O pico, contudo, está previsto entre este sábado (22) e a próxima segunda-feira (24), especialmente no domingo (23), entre 2h30 e 5h, quando a Constelação da Lyra, cuja estrela mais brilhante é Vega, já estará alta no horizonte norte, e é justamente a partir desse ponto no céu que os meteoros lirídeos devem surgir.
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Em média, 10 fragmentos de rochas, oriundas de corpos celestes, poderão ser vistos por hora. Como Lyra é uma constelação da região norte do céu, a chuva de Líridas é melhor observada nos países do hemisfério norte, onde deve apresentar até 20 meteoros por hora. No Brasil, quanto mais ao norte do país, maior será a chance de observá-la.
De acordo com Rodolfo Langhi, professor do Observatório Didático de Astronomia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, para observar a chuva de Líridas não é necessário equipamentos especiais, como telescópios, mas ele recomenda que os interessados procurem locais afastados da área urbana, por conta da luz dos postes de iluminação que atrapalham a visualização.
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“Você pode até tentar usar um binóculo ou telescópio, mas nunca saberá o lugar certo para onde apontá-los para ver o meteoro. Por isso, o melhor mesmo é usar apenas os seus olhos, deitado no chão e tentando observar a maior área do céu possível, pois os meteoros são rápidos e aparecem sem avisar. O melhor ponto para observar é qualquer lugar afastado das luzes da cidade, em locais bem escuros”, comenta.
Rodolfo Langhi também ressalta que as condições de observação prometem ser favoráveis, uma vez que estamos na lua nova (com pouca iluminação natural no céu).
Essa é a primeira chuva de meteoros após a Quadrântidas, que tem máxima em 3 de janeiro. E é por encerrar esse período e também pelo fato de a chuva Quadrântidas praticamente não ser visível no Brasil que, para muitos, Líridas é considerada a primeira das grandes chuvas de meteoros do ano.
Rodolfo explica que Líridas pode ser vista todos os anos no fim de abril, quando a Terra passa pela região do espaço que serviu de rota para o Cometa Tatcher (C/1861 G1), que deixou um rastro de poeira e detritos na direção da constelação de Lyra.
“Como a Terra atravessa esse ponto a cada ano, então a chuva de meteoros anualmente se repete, com os picos aproximadamente nos mesmos dias. Praticamente a cada mês temos uma chuva importante de meteoros, mas elas diferem entre si na quantidade, na velocidade e coloração dos meteoros. Por exemplo, a chuva Lirídeos produz no pico, algo em torno de uns 10 meteoros por hora, mas essa quantidade costuma ser variável”, comenta.
O que são meteoros
Um meteoro, popularmente conhecido como “estrela cadente”, nada mais é do que um fenômeno luminoso que ocorre quando um pequeno fragmento de rocha espacial atravessa nossa atmosfera em altíssima velocidade.
“O planeta Terra viaja no espaço girando em torno do Sol (esse movimento se chama Translação) e de vez em quando atravessa aglomerados de poeira (partículas) de restos de cometas ou asteroides que ficam no caminho da trajetória da Terra. É como um carro viajando na estrada que atravessa um enxame de abelhas. Quando isso acontece, esses pedacinhos de cometas (ou asteroides) ‘trombam’ na Terra, ou seja, elas entram na atmosfera da Terra e acabam se queimando”, explica Rodolfo Langhi.
Meteoro é a “explosão” que acontece quando um detrito cósmico entra na atmosfera e provoca um efeito luminoso no céu. Esses pequenos objetos são chamados de meteoroides, materiais que se separaram de asteroides ou cometas e acabam conseguindo entrar na nossa atmosfera.
“Elas se queimam por causa do atrito com o ar da atmosfera devido à alta velocidade com que caem. Ao caírem em alta temperatura no céu escuro à noite, podem ser facilmente vistas pelas pessoas”, comenta o professor.
O atrito dos meteoritos com os gases da alta atmosfera faz com que as partículas do corpo celeste alcancem altíssimas temperaturas e, literalmente, incendeiem. Esse rastro luminoso é o que chamamos de meteoro.
Fonte: G1