Anúncios
A China não quer uma guerra comercial com os Estados Unidos, mas o governo chinês não ficará de braços cruzados e tomará “as medidas necessárias” para defender seus interesses, afirmou neste domingo (4) Zhang Yesui (foto), porta-voz do parlamento chinês.
“A China não quer uma guerra comercial com Estados Unidos, mas, se os EUA aprovarem ações que afetem os interesses chineses, a China não ficará de braços cruzados e tomará as medidas necessárias”, disse Yesui em um briefing antes da sessão anual do parlamento chinês, que começa nesta semana.
Anúncios
Zhang também alertou a Washington que “as políticas baseadas em juízos ou presunções equivocadas danificam as relações e trazem conseqüências que nenhuma parte gostaría de ver”.
A declaração ocorre após o presidente americano, Donald Trump, anunciar na quinta-feira (1º) que o país vai impor uma tarifa de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio importados para proteger os produtores dos EUA.
Anúncios
Outras reações
O anúncio vem gerando reações. Na sexta (2), a União Europeia ameaçou taxar empresas americanas como a Harley-Davidson e a Levi’s se Trump levar a decisão adiante.
“Isto é basicamente um processo estúpido, o fato te termos que fazer isso. Mas temos que fazê-lo. Vamos impor tarifas sobre motocicletas, Harley Davidson, sobre os jeans, Levi’s, sobre bourbon”, afirmou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), as tarifas são danosas à economia global e dos EUA. O FMI pediu aos países para trabalharem para resolver discordâncias comerciais sem atos extremos.
O Canadá considerou a medida “inaceitável”.
Brasil afetado
O Brasil deve ser um dos países mais afetados pela medida. Mais de 40% da produção de aço brasileira é exportada, e o mercado americano é o principal destino (32,9% das exportações, contra 9,2% da Argentina e 6,6% da Alemanha).
O Brasil é o segundo país que mais exporta aço para os EUA (4,7 milhões de toneladas em 2017), atrás apenas do Canadá (5,8 milhões) e à frente de Coreia do Sul (3,7 milhões), México (3,2 milhões) e Rússia (3,1 milhões).
O ministro brasileiro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Marcos Jorge de Lima, afirmou que o governo Temer pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a taxa.
A preocupação com uma guerra comercial derrubou bolsas pelo mundo, inclusive nos EUA. No Brasil, a bolsa subiu, mas a medida derrubou ações de siderúrgicas brasileiras.
Fonte: G1