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Joe Biden, o presidente dos Estados Unidos, fez um discurso sobre as regras para vendas de armas em seu país nesta quinta-feira (2) para tentar convencer o Legislativo a adotar medidas que restringem o acesso às armas de fogo.
“Chega, chega”, ele disse. O discurso foi gravado na Casa Branca, a sede do governo dos EUA. Biden pede uma nova regra para que os vendedores de armas sejam obrigados a checar os dados do cliente e adotar outras medidas para restringir a venda.
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Biden fez referências à série de ataques em massa que ocorreram no país.
“Pelo amor de Deus, quanta carnificina estamos dispostos a aceitar?”, questionou.
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Biden é do Partido Democrata. Ele afirma que os legisladores do outro grande partido, o dos Republicanos, historicamente bloqueou as medidas de restrições à venda de armas, como aumentar a idade mínima dos compradores e acabar com a proteção aos fabricantes de armas, que não podem ser processados pelas vítimas de atos de violência nos quais seus produtos foram usados.
Os EUA têm uma taxa de mortes por armas mais alta que qualquer outro país rico.
Nas últimas semanas houve dois ataques em massa:
- Um atirador matou 19 estudantes e dois professores em uma escola na cidade de Uvalde, no Texas;
- Um atirador matou quatro pessoas em um centro médico em Oklahoma.
Os ativistas que pedem mais controles têm pressionado Biden a adotar medidas executivas que restrinjam o acesso às armas.
Biden, no entanto, quer que isso seja feito com a aprovação do Congresso.
Há comitês no Legislativo que estão redigindo um projeto para aumentar as restrições, mas sabe-se que há pouca chance da medida ser aprovada no Senado.
Biden fez um discurso para pressionar os legisladores e manter o tema na cabeça dos eleitores.
Mais de 18 mil pessoas morreram por causa da violência com armas nos EUA em 2022 (o número inclui homicídios e suicídios).
Republicano mostra arma de plástico
Parlamentares republicanos na Câmara dos EUA se opuseram às tentativas dos democratas de avançar com novas restrições. Um deputado republicano sacou pistolas durante uma audiência para reclamar que elas poderiam ser proibidas.
O parlamentar republicano Greg Steube, que participou da reunião do comitê virtualmente de sua casa na Flórida, contestou a legislação que proibiria várias pistolas. Ele ergueu quatro armas, uma por uma, diante do comitê.
“Aqui está uma arma que eu carrego todos os dias para me proteger, proteger minha família, minha esposa, minha casa”, disse o parlamentar, em seu segundo mandato.
O presidente do Comitê Judiciário, Jerrold Nadler, interrompeu: “Espero que isso não esteja carregado”.
Steube respondeu: “Estou na minha casa. Posso fazer o que quiser com minhas armas”.
Os democratas, que controlam a Câmara por uma margem pequena, pretendem colocar a “Lei de Proteção às nossas Crianças” em votação na Câmara na próxima semana, disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi.
Por que no Senado a medida não avançará
O partido do presidente Biden tem votos suficientes para passar a lei na Câmara, mas tem chances pequenas no Senado dividido em 50 a 50, no qual 60 votos são necessários para aprovar a maioria das legislações. Republicanos no Congresso são ferozes defensores dos direitos às armas.
Fonte: G1