04 maio, 2024

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Cetesb orienta turistas a evitarem região atingida por vazamento químico no litoral de SP

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A Cetesb orientou os turistas a evitarem a região do acidente na Baixada Santista que foi afetada pelo vazamento de gás durante os próximos dias por conta da fumaça tóxica decorrente do incidente que provocou um incêndio em um complexo no Porto de Santos, em Guarujá. O vazamento já dura mais de 15 horas e ainda não tem previsão de término. A fumaça já atingiu as cidades de Guarujá, Santos, São Vicente, Praia Grande e Cubatão.

Em contato com o G1 no início da tarde desta sexta-feira (15), a Prefeitura de Guarujá disse que não há motivo para pânico, já que “as praias e a região central de Guarujá não foram impactadas pela ocorrência”. Ainda segundo a Prefeitura, a garantia foi passada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente.

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Até às 12h desta sexta-feira (15), 119 pessoas haviam procurado atendimento médico nos hospitais e pronto socorros de Guarujá, Santos e Cubatão com sintomas de irritação nos olhos e problemas respiratórios. Uma idosa de 72 anos com histórico de asma está internada.

“Essa é uma fumaça tóxica que se desloca facilmente. As pessoas devem tomar cuidado. A Cetesb orienta que quem está fora da região fique fora da região. Quem está no Guarujá deve ficar longe dos terminais”, afirma Enedir Rodrigues, gerente ambiental da Cetesb.

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Ele também falou sobre um possível erro por parte da empresa, que pode ter causado o vazamento. “O contêiner deveria estar lacrado e a empresa pagará por isso. Chegamos no Estuário e não constatamos mortalidade de peixes e outros animais. Traremos uma estação móvel para monitorar o ar da região”, disse Rodrigues.

Ainda segundo ele, o incomodo que as pessoas estão sentindo varia conforme o vento para cada cidade. “Pessoas que são mais sensíveis sofrerão mais. Usar a mascara para gás é o ideal”, falou.

O Corpo de Bombeiros registrou o vazamento na área da empresa Localfrio, no Terminal 1 do porto, que fica no Distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá, por volta das 15h30 de quinta-feira (14).

ENTENDA O QUE ACONTECEU

– Choveu forte na região no Porto de Santos

– Alguma estrutura nos contêineres do pátio de armazenamento provavelmente cedeu

– A água da chuva entrou em contato com uma carga de um produto à base de cloro (ácido dicloro isocianúrico de sódio)

– Da reação química, surgiram focos de incêndio e a nuvem tóxica

– A fumaça causa irritações de pele e de olhos e, caso seja inalada, também nos pulmões

Combate a incêndios

Na manhã desta sexta-feira, os bombeiros informaram que entre 20 a 25 conteineres foram atingidos pelas chamas.

O trabalho está sendo feito por várias equipes que se dividem para resfriar o conjunto de conteineres e também atuam no combate individual em cada um deles. Os bombeiros utilizam 23 viaturas, um navio e um rebocador para captar a água do mar no combate ao incêndio.

Cidades atingidas

Várias áreas do complexo portuário precisaram ser evacuadas. A fumaça rapidamente se espalhou pela cidade de Guarujá e fotos registradas por moradores mostravam a Avenida Santos Dummont, a principal do município, coberta por uma névoa.

Por volta das 22h, a fumaça já tinha se espalhado pelas cidades de Guarujá, Santos e São Vicente e invadido várias casas ocasionando problemas respiratórios nos moradores.

A fumaça também invadiu o Pronto Socorro de Vicente de Carvalho. Os pacientes que estavam internados foram transferidos, juntamente com as equipes e ambulâncias, para a UPA Boa Esperança, na Rua Alvaro Leão de Carmelo, onde a Secretaria de Saúde de Guarujá afirmou que os pacientes terão tratamento especializado.

Coluna de fumaça é vista de vários locais após vazamento de gás (Foto: Divulgação/Polícia Militar)

Efeitos da fumaça

As pessoas atendidas apresentaram ardência nos olhos ou mal-estar ocasionado pela fumaça. Apesar do transtorno, as vítimas não correm risco de morte.

Segundo Flavio Zambrone, médico toxicologista e professor aposentado da Unicamp, “esse produto é extremamente tóxico”. Ele produz irritações de pele e de olhos e, caso seja inalado, causa irritação também nos pulmões.

“É um produto à base de cloro. Ele é estável, mas tem alto teor de cloro, que se dissolve na água. Por isso, outro problema será a questão ambiental que virá depois”. Segundo o professor, o produto é usado na maioria das vezes em desinfecção de água, mas em grandes quantidades passa a ser tóxico.

Vários moradores recorreram a equipamentos de proteção. “As máscaras acabaram nos postos e nas farmácias. Consegui pegar uma das últimas. Tem muita gente passando mal por causa da fumaça”, afirmou a doméstica Maria Rita.

O engenheiro Felipe Pavan, de 27 anos, que trabalhava na Santos Brasil no momento do acidente, conta que ninguém entendeu o que estava acontecendo quando o produto começou a vazar.

“Fomos orientados a ir ao local de resgate. O problema é que estava tudo tomado por fumaça. Depois orientaram a sairmos por outra área. Nos disseram que era amônia e nitro álcool. Nunca tinha visto uma emergência dessas”, disse.

Quem precisar de atendimento médico por irritação nos olhos, dificuldades de respirar, tontura ou náuseas deve procurar somente as UPAs Boa Esperança, Rodoviária e Enseada.

Áreas evacuadas

A orientação é para as pessoas que moram em um raio de até 100 metros próximo ao local – ou seja, pessoas que residem no quadrante das avenidas Alvorada, Adriano Dias dos Santos, Santos Dumont e Rua Santidade Papa Paulo VI, além do Sitio Conceiçãozinha – procurem a casa de amigos ou parentes.

A evacuação foi pedida pela prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito (PMDB).

“A situação é grave. Quem está nos quarteirões próximos ao local deve deixar as casas imediatamente. Os moradores precisam ir para a casa dos vizinhos e ficar longe do local da explosão. Quem estiver em casa, a orientação é pegar panos secos e colocar nas portas e janelas. Não saiam de casa. Se o morador se sentir mal deve procurar a UPA imediatamente. Cuidado com a chuva, porque ela contém elementos químicos e pode queimar a pele”, afirmou a prefeita.

Em nota, a prefeitura afirmou que está trabalhando em conjunto com agentes da Defesa Civil Estadual, Corpo de Bombeiros, Exército e secretarias de Saúde, Meio Ambiente, Governo e Defesa Social e monitorando a situação.

A assessoria de imprensa da Dersa, empresa responsável pelas travessias entre Santos e Guarujá, afirmou que a travessia de pedestres entre Vicente de Carvalho e a Praça da República foi temporariamente suspensa no final da tarde desta quinta-feira, por conta do acidente, mas foi liberada cerca de uma hora depois.

Fonte: G1

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