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A vereadora Marielle Franco, assassinada há três anos com o motorista Anderson Gomes, foi homenageada hoje (14), com a inauguração de uma placa, na Cinelândia, em frente à Câmara Municipal do Rio, no centro da cidade, em uma iniciativa da Prefeitura.
Na placa, que é similar às de identificação das vias e praças da cidade, está escrito “Vereadora Marielle Franco”. Há também duas frases: “(1979-2018) Mulher negra, favelada, LGBT e defensora dos direitos humanos”; “Brutalmente assassinada em 14 de março de 2018 por lutar por uma sociedade mais justa”.
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Na fachada do prédio da Câmara Municipal foi estendida uma faixa preta que mostra uma pergunta: “Quem mandou matar Marielle?”
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, a Secretária Especial de Políticas e Promoção da Mulher, Joyce Trindade, o deputado federal Marcelo Freixo, o presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado estiveram na cerimônia, que foi acompanhada também pelos pais de Marielle, Marinete Silva e Antônio Francisco Silva Neto; pela filha, Luyara Franco, e pela irmã, Anielle Franco.
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Visão de mundo
O prefeito ressaltou que ninguém deve ser assassinado “pelo que pensa e faz”. “Marielle foi minha adversária política, mas a diferença de pensamento, de ideologia, de crença, de visão de mundo não podem tirar da gente o que é mais importante que é o respeito ao próximo, aos direitos humanos”, disse Paes.
A mãe Marinete Silva disse que em nenhum momento a dor da família pelo assassinato de Marielle vai diminuir, mas a inauguração da placa é uma forma de marcar cada vez mais a presença da vereadora. “Era isso que ela trazia com o simbolismo de muita esperança, muito trabalho e de ativismo. Isso fortalece bastante a gente, principalmente, neste lugar onde ela estava aqui fazendo o trabalho dela. A gente fica aliviado e é também um símbolo para dizer que Marielle está presente sempre no Rio e em outros lugares”, afirmou.
Marinete disse que a família permanece acreditando na solução do caso e confia nas apurações que são conduzidas pelo Ministério Público do Estado. Ela destacou que foi criada uma nova força tarefa para o caso, mas isso não deve alterar o curso do trabalho “Tenho que confiar depois de tantas polêmicas que já ocorreram”, disse, comentando as divergências que surgiram desde o início das investigações.
A irmã, Anielle, disse que a família não superou a dor. “Não é fácil acordar todos os dias e ver minha mãe chorando. Essa homenagem é um acalanto. Teremos muita luta pela frente”, afirmou.
O presidente da Câmara dos Vereadores, Carlo Caiado, lembrou que foi vereador no mesmo período de Marielle. Para ele, a vereadora sempre teve coerência nas suas atitudes. “Era muito simpática e querida por todos. A gente tem que destacar o ser humano que ela era. Essa placa ficará aqui eternizada nesse palco de democracia da cidade, na Cinelândia”, concluiu.
O deputado Marcelo Freixo, com quem Marielle trabalhou antes de ser vereadora, destacou que depois de três anos, ainda não há resposta para o crime. “A cidade morre enquanto cidade até que a gente saiba quem mandou matar Marielle”, disse Freixo.
Para o deputado, a placa inaugurada hoje “coloca o estado e a cidade no lugar correto”. “É um gesto de amor, de esperança”, observou.
Violência política
A Secretária Especial de Políticas e Promoção da Mulher, Joyce Trindade, anunciou que a prefeitura está desenvolvendo uma parceria para criar ações efetivas de combate a violência política de gênero no município. “Estamos nos juntando ao Instituto Marielle Franco, ao Movimento Mulheres Negras Decidem, ao Instituto Alziras, à OAB Mulher, entre outras entidades públicas. A ideia é criar ações concretas de combate e enfrentamento à violência de gênero e política aqui no Rio”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil