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Policiais dispersaram a tiros mais de 1 mil manifestantes que protestavam pacificamente em Lagos, maior cidade da Nigéria, na noite desta terça-feira (20). O local está sob toque de recolher como medida do governo para tentar conter uma série de protestos que segue crescendo no país.
Testemunhas relataram à agência France Presse que ouviram muitos tiros e que precisaram correr. Vídeos divulgados nas redes sociais mostravam feridos. Estima-se que 18 pessoas morreram desde o início dos protestos, iniciados há cerca de duas semanas — não se sabe se houve mortos após a repressão desta noite.
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O governo nigeriano alega que impôs o toque de recolher por tempo indeterminado em Lagos por causa de um aumento da violência entre os manifestantes. Mesmo assim, cerca de 1 mil manifestantes permaneceram nas ruas de Lagos.
“Estamos preocupados? Não, morreremos aqui!”, gritava a multidão, que balançava bandeiras nigerianas.
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Contra violência policial
Após mais de dez dias de manifestações contra a violência policial, que começaram em cidades do sul e resultaram em um movimento de protesto juvenil contra o governo em todo o país, vários incidentes foram registrados na manhã desta terça-feira. Os atos também reivindicavam melhora no cenário econômico da Nigéria.
Pela manhã, em Lagos, grupos de jovens indignados tomaram o controle de quase todas as ruas da metrópole de 20 milhões de habitantes, bloqueando os motoristas e deixando alguns veículos passarem em troca de dinheiro, observou um jornalista da AFP.
No oeste da cidade, uma delegacia da polícia foi incendiada. Houve disparos e várias pessoas foram feridas por balas.
“As manifestações pacíficas se tornaram um monstro que ameaça o bem-estar da nossa sociedade”, declarou o governador Babajide Sanwo Olu antes de anunciar o toque de recolher.
“Criminosos e arruaceiros se escondem sob o guarda-chuva destes protestos para provocar o caos no nosso estado”, denunciou.
Na capital federal, Abuja, dezenas de veículos e prédios foram incendiados e a polícia foi enviada ao local, segundo um jornalista da AFP. No norte, em Kano, centenas de jovens foram às ruas nesta terça e alguns queimaram carros e lojas, informou a agência.
Fonte: Yahoo!