Centenas de crânios de animais são apreendidos no aeroporto de Paris; caveira de chimpanzé custa até R$ 5 mil

Desde o começo do ano, as autoridades alfandegárias do aeroporto Charles-de-Gaulle, o mais importante da França e um dos mais movimentados do mundo, já apreenderam mais de 700 crânios de animais oriundos do continente Africano. A maior parte desse conteúdo “mórbido” é de primatas considerados em risco de extinção, mas que ainda são caçados e vendidos como troféu para colecionadores em todo o mundo.

As apreensões são cotidianas. Segundo as autoridades, os ossos dos animais são enviados principalmente para Camarões, de onde seguem viagem para os Estados Unidos para colecionadores que desejam montar uma coleção de “curiosidades ou como prêmios e presentes” para associações de caça, reporta o YahooNews.

O tráfico de animais silvestres é considerado uma das maiores atividades ilícitas do mundo e gera uma grande rede de pessoas envolvidas em negociações clandestinas, principalmente pela alta lucratividade. “Estes primatas foram primeiro caçados pela sua carne. A revenda de crânios é uma troca de oportunidades”, explicou Fabrice Gayet, funcionário da alfândega e especialista em tráfico de vida selvagem.

Segundo ele, cada crânio de um pequeno primata custa entre 30 e 50 euros cada, o que aumenta para 400 a 500 euros para o macaco de broca e o mandril, e entre 800 e 1.000 euros para os crânios de chimpanzés — cerca de 5 mil reais. Para Sabrina Krief, especialista em grandes primatas, esse tipo de tráfico promove uma “hecatombe de primatas nas florestas, que estão sendo pilhadas para satisfazer os colecionadores, embora esses animais estejam ameaçados de extinção”.

Ao longo do tempo, o saldo da prática criminosa é pesado. Só na França, considerado o principal destino de tráfico de animais da Europa, mais de 28 milhões de animais foram importados entre 2008 e 2017, embora por lá a punição ao comércio ilegal de espécies protegidas envolva prisão de sete anos e multa de 750 mil euros.

Fonte: Um Só Planeta