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O assessor especial do governo Lula para relações exteriores, Celso Amorim, passou cerca de 1h conversando com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, no início da noite desta segunda-feira (29).
Nessa conversa, Amorim reforçou o pedido do governo brasileiro para a Venezuela publicar integralmente as atas da eleição presidencial, realizada neste domingo (28). As atas são boletins que registram os votos em cada urna e que não foram devidamente apresentadas pelas autoridades venezuelanas.
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A falta de divulgação das atas tem sido um dos principais pontos de desconfiança em relação ao resultado das eleições.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o órgão eleitoral da Venezuela, que é ligado ao governo, apontou a vitória de Maduro por 51,2% dos votos. O oposicionista Edmundo Gonzalez teria ficado em segundo lugar.
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Mas a oposição alega que a eleição foi fraudada e que Edmundo, na verdade, foi o vencedor. Maduro está no poder desde 2013. Desde então, ele ganhou duas eleições, ambas acusadas, pela oposição e organismos internacionais, de não terem respeitado regras de transparência e princípios democráticos.
Esse impasse afeta o Brasil, não só porque a Venezuela faz fronteira com o país ao norte, mas também porque Lula, no início do mandato, tentou reintegrar Maduro à política do continente e buscou influenciar o presidente venezuelano no sentindo de realizar eleições democráticas na Venezuela.
Nas últimas semanas, Maduro radicalizou o discurso, e o próprio Lula se disse “assustado”. Agora, o governo brasileiro tem que decidir que ação tomará.
Por enquanto, de forma cautelosa, o Brasil está cobrando pela divulgação das atas. Mas outros vizinhos e parceiros já contestaram o resultado eleitoral na Venezuela, como o Uruguai, o Chile e a Argentina.
Amorim foi enviado por Lula para verificar em que condições se dariam o pleito venezuelano. Ele foi ministro das Relações Exteriores durante os primeiros mandatos do presidente e tem interlocução com vários líderes mundiais.
Após a conversa com Maduro, ele teve uma reunião também de cerca de uma hora com o oposicionista Edmundo Gonzalez.
Fonte: G1 – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil