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O turbilhão ainda não chegou ao fim, mas a Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos tenta, aos poucos, se reerguer. Pouco antes da prisão do ex-presidente Coaracy Nunes e de outros três dirigentes, Gustavo Licks assumiu como interventor da entidade e convidou Ricardo Prado para assumir como Coordenador Geral de esportes. Nesta segunda-feira, em uma sala ainda recheada de fotos do antigo mandatário, os dois, ao lado do advogado Marcelo Franklin, ressaltaram a confiança na manutenção do patrocínio dos Correios e da intenção de ouvir sugestões de atletas, como a proposta feita por Cesar Cielo, Thiago Pereira e Gustavo Borges. Com isso, eles acreditam que a CBDA vai se reerguer mais forte.
Licks diz que seu trabalho junto à CBDA ainda deverá durar três meses. É o prazo com o qual ele trabalha para marcar as novas eleições na confederação. Antes disso, ele espera conseguir convencer os Correios, principal patrocinador, a manter a parceria com a entidade. Na última semana, ele se reuniu com a diretoria da empresa para firmar o compromisso de transparência. Para isso, terá até maio para mostrar avanços no comando da confederação. Nesta terça, Licks participará de uma audiência pública em Brasília para apresentar o plano de governo da entidade.
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– Na semana passada, tivemos um encontro. A preocupação do Correio é mais do que razoável. Para onde vai os recursos, a aplicação desses recursos. Então, acho que é mais do que razoável sentar, explicar e, eventualmente, corrigir o que tiver de ser corrigido. Para que não se repitam os problemas no futuro. Confederação e Correios estão caminhando juntos e para algo melhor. Acho que sim (permanência da parceria após maio). Estamos tentando levantar quais foram as eventuais falhas, corrigir e dar soluções. Essa é uma parceria histórica, importante para a sociedade brasileira, para o esporte. O fato de você ter o seu nome envolvido em um momento como aquele assusta qualquer patrocinador. Mas os Correios, os atletas e até a própria confederação são vítimas. Nós somos vítimas. Mas, assim que tudo for esclarecido, sei que os patrocinadores vão ter todo o interesse em continuar – afirmou Licks.
O interventor evitou dar detalhes do plano de mudanças sugerido pelos Correios. Licks afirma que o processo para tornar a gestão transparente vai ser fundamental
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– Dar sugestões para evitar os problemas recentes é natural. Ver que aqui há um investimento para o esporte, para a sociedade. Todo o dinheiro aplicado se reverte para a sociedade. Da nossa reunião, saiu uma pauta que até maio temos de concluir. Em Brasília, teremos uma nova rodada na audiência. Eu entendo que a pauta é discutir os problemas. Vamos achar a análise e a conclusão para que se evite o que aconteceu.
No meio da crise, a entidade conseguiu, na Justiça, a emissão de passagens para o Sul-Americano juvenil e júnior, que será realizado nesta semana, em Cali, na Colômbia. Ricardo Prado assumiu com a missão de dar a base esportiva para a reformulação. Para isso, ele diz que ouvirá propostas de atletas, como as de Cielo, Thiago Pereira e Gustavo Borges.
– Eu acho ótimo (que eles apresentem propostas). Eles são experientes, principalmente Gustavo, com sucesso no mundo empresarial. Certamente vai ser uma ajuda bem-vinda, sem dúvida. Queremos ouvir a opinião deles. Se não foi no passado, nossa marca agora é ter transparência. Está mais do que na hora (de atletas terem peso nos votos e nas decisões) – disse Prado.
O medalhista olímpico diz que é normal que os resultados sejam piores neste período de reformulação. O coordenador diz que a CBDA terá dificuldades para cumprir o calendário de eventos, mas diz que a direção trabalha para não fazer alterações. Para o futuro, Prado acredita que o momento seja de mudar o enfoque e tentar privilegiar a base.
– Podemos mudar enfoque para categorias de base. Isso mais tarde vai dar mais frutos. Acho que Correios confiam muito na CBDA. Estiveram aqui dentro esses anos todos. Eles confiam, CBDA precisa desse apoio. Passada essa fase ruim, vai voltar mais forte. Natação vai ganhar. Vai ser positivo. Ótima chance para melhorar. Vamos ter dificuldade de cumprir os calendários. Não temos recursos. O ideal é que a gente saia melhor e com imagem ótima para reconstruir. Mas é uma instituição vencedora, patrocinador forte e que vai continuar.
Fonte: G1