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Uma caverna repleta de cristais gigantes a 300 metros abaixo do solo no norte do México é um dos locais mais perigosos do mundo. Com temperaturas que podem chegar a 60°C e umidade do ar entre 90% e 100%, ela pode matar um visitante em apenas 10 minutos se ele não estiver com equipamento de proteção adequado, devido ao acúmulo de líquido nos pulmões, ao calor extremo e ao ambiente extremamente ácido.
A Caverna dos Cristais (Cueva de los Cristales) ficou escondida nas profundezas da terra abaixo da montanha Sierra de Naica, no estado mexicano de Chihuahua, datada em 26 milhões de anos. Estima-se que os cristais se formaram ao longo de 500 mil a 1 milhão de anos.
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O local foi descoberto por acaso, em 2000, pelos irmãos Eloy e Javier Delgado enquanto trabalhavam para uma empresa de mineração na região. Dentro, há centenas de gigantescos cristais de selenite, também chamados de “pedra da lua” por serem translúcidos e refletirem a luz.
Estas formações estão entre as maiores do tipo já encontradas no mundo e têm um comprimento médio de 6 metros por 1 metro de diâmetro, sendo que o mais notável deles chega a incríveis 11 metros de comprimento.
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Devido ao seu tamanho, é possível até caminhar sobre eles. Letais, eles são muito quentes para serem tocados sem alguma proteção nas mãos e são afiados como navalhas.
Tanto as paredes vermelhas quanto o chão da caverna são salpicados de cristais que cruzam de um lado para o outro, alguns sozinhos e outros agrupados em blocos, transformando a paisagem do lugar em algo que parece outro planeta.
Para suportar as condições dentro da caverna, é preciso vestir roupas de proteção térmica com aparelhos que fornecem oxigênio. Mesmo assim, o tempo em que um ser humano consegue passar no local é de até 1 hora.
A caverna de Naica encontra-se sobre uma falha geológica acima de uma câmara de magma, que durante milhões de anos lançou águas quentes e ricas em minerais para dentro do local. Ao mesmo tempo, o magma logo abaixo manteve a temperatura estável, criando uma espécie de “forno” que gerou o ambiente propício para o crescimento dos cristais colossais.
Segundo pesquisadores, as formações mais novas datam de pelo menos 250 mil anos. Já as mais antigas podem ter surgido ainda na pré-história. Uma prova disso são os micróbios com idade entre 10 mil e 50 mil anos que foram achados escondidos dentro dos cristais por pesquisadores da Nasa, em 2017.
A descoberta da caverna só foi possível graças a operação de mineração da mina de Naica pelas Industrias Peñoles, que demandava a extração de água subterrânea e acabou drenando o local, submerso por milhões de anos, sem querer.
Após grandes inundações na região em janeiro de 2015, a mineradora suspendeu as operações no local e as bombas de drenagem foram desligadas, mas o nível da água ainda não chegou a atingir a Caverna dos Cristais. Apesar disso, as visitas são proibidas atualmente para turistas devido ao risco de queda de cristais e à falta de segurança no ambiente extremamente hostil.
Fonte: Casa e Jardim