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O Centro de Referência Afro de Araraquara (SP) proporcionou um dia de beleza com sessão de fotos para mais de 30 mulheres que trabalham na coleta de materiais recicláveis na cidade.
A ação, “A Percepção das Invisíveis”, buscou evidenciar a importância e respeito que esse grupo merece. As fotos estão expostas na Câmara Municipal de Araraquara até 18 de novembro.
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A rotina árdua de trabalho enfrentada por essas mulheres prejudica, muitas vezes, o próprio corpo. As longas caminhadas, o peso do bag cheio com materiais recicláveis e a exposição ao sol intenso são situações vivenciadas pelas trabalhadoras quase todos os dias.
A equipe da coleta seletiva atende todos os bairros de Araraquara, em regime de rodízio, e são coletados cerca de 350 toneladas de materiais por mês.
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O trabalho garante a renda de 206 famílias, sendo a maioria delas de mulheres negras. Para algumas delas, a Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis foi uma oportunidade de recomeçar a vida.
”Para mim é um imenso prazer estar falando sobre a cooperativa aqui, porque mudou a minha vida. Quando eu entrei, eu nem tinha o ensino médio completo. Eu corri atrás de voltar a estudar, fiz cursos técnicos, profissionalizantes que a cooperativa, em parcerias, ofereceu”, afirmou Kely Regina Lopes, coordenadora da Coleta Seletiva.
De acordo com Leila Favela Canjirana, catadora de material reciclável, muitas pessoas ainda tem preconceito e não reconhecem o trabalho de coletor. “Muita gente nos julga, pelo nosso serviço, pela nossa roupa”.
“Falta um pouco de informação e reconhecimento para o trabalho que a gente faz para a sociedade e para o município em forma de recolhimento de material”, diz a coordenadora.
Sessão de fotos
A sessão de fotos, feita como parte da ação “A Percepção das Invisíveis”, está exposta na Câmara Municipal de Araraquara até 18 de novembro. A exposição é gratuita e conta com 28 fotos.
De acordo com Alessandra de Cássia Laurindo, coordenadora do Centro de Referência, o objetivo da ação foi alcançado. O projeto também faz parte das comemorações do Mês da Consciência Negra.
“O objetivo era mostrar a autoestima que essas mulheres têm e trazê-las para esse protagonismo, evidenciando que são visíveis e reconhecidas”, afirma Alessandra.
Fonte: G1